A Escola Freudiana de Paris (EFP) foi criada por Jacques Lacan (1901 – 1981). Foi a primeira instituição da história do freudismo a pôr em prática um sistema institucional baseado no princípio de uma academia. A international Psychoanalytical Association pôs em prática um modelo do tipo associativo.
Pelo sistema institucional de tipo académico, a EPF – Escola Freudiana de Paris foi a matriz de todas as instituições do lacanismo pelo mundo fora, semelhante à Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras que esteve ativa entre 1902 e 1907 que fora o modelo original da Wiener Psychoanalutische Vereiningung (WPV), a primeira associada freudiana da história da psicanálise.
Entre 1953 e 1963, a Escola Freudiana de Paris, esteve cercada de discípulos brilhantes e Jacques Lacan ensinou o saber freudiano à maneira de um filósofo grego. Numa aristocracia intelectual, os melhores psicanalistas franceses da 3º geração faziam parte dela. Entre estes contavam:
Serge Leclaire
François Perrier
Piera Aulagnier
Wladimir Granoff
Jean Laplanche
Jean-Bertrand Pontalis
entre outros
Dos padrões da international Psychoanalytical Association (IPA, a Escola Freudiana de Paris (EFP) colocou em prática entre 1964 e 1967, três grandes inovações:
- Anulação da distinção entre a analise didática e a analise terapêutica
- Anulação da regra das sessões de duração fixa
- Aceitação nas fileiras da Escola de membros que não eram psicanalistas
Com base nestas inovações a EFP propôs um modelo de formação psicanalítica em que os direitos dos indivíduos ao seu associativismo eram ampliados, ou seja:
1.Cada candidato podia escolher livremente o seu psicanalista sem ter de passar por uma comissão de pré-seleção
2.Cada analista tinha o direito de decidir como em quisesse quanto à duração das sessões
3.Qualquer pessoa interessada no freudismo podia solicitar adesão à escola
Através destas modificações, a EFP atraiu uma multidão de jovens terapeutas que rejeitavam a outros grupos franceses bem como jovens filósofos, que aderiram pela grande importância que Jacques Lacan dava à filosofia no seio da psicanalise.
Em 1967 a EFP é atacada pelo seu próprio gigantismo e não tardou começarem a surgir grupos dissidentes tais como Piera Aulagnier, François Perrier e Jean-Paul Valabriga. Estas cisões com membros importantes deu origem em 1969, a uma nova organização: Organizsation Psychalytique de Langue Française ou o quarto grupo.
Em 1970, deu-se a confusão institucional. Afetado por Distúrbios Cerebrais graves entre eles a afasia, Jacques Lacan deixou de dirigir a EFP em 1979.
Em comparação com outras Escolas de Psicanalise, a EFP tinha-se tornado a maior organização freudiana em França: tinha 297 membros na Sociedade Psicanalítica de Paris, 50 membros na Associação Psicanalítica de França e 30 membros na Organização Psicanalítica de Línguas Francesas. Todos estes grupos derivavam da EFP através das cisões que tinham ocorrido, adoptando um modelo associativo clássico, contudo tinham vindo todas da EFP . Esta conservou as inovações que entretanto foram sendo adotadas em todo o mundo:
A livre escolha do analista por parte do analisando
Ausência de uma duração cronometrada da sessão
Foi dissolvida em 1980.
Palavras-Chave: Jacques Lacan, Sigmund Freud, Ecole Freudienne de Paris, Sociedade Francesa de Psicanalise, Wiener Psychoanalutische Vereiningung (WPV), international Psychoanalytical Association.
Bibliografia
Larousse-Bordas (2007). Dicionário Temático Larousse – Psicanalise ( Dir. Pajouès, J.). Porto Alto: Temas e Debates
Laplanche, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Presença (obra original publicada em 1967)
Roudinesco, E. & Plon, M. (2000). Dicionário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Inquérito. (obra original publicada em 1997)