Cancro Oral

Apresentação do conceito de Cancro Oral… As formas de tumor na cavidade oral manifestam-se frequentemente e representam cerca de (…)

Apresentação/Descrição do Cancro Oral

Cancro e outros tumores na cavidade oral

Os tumores malignos e os benignos podem ter origem em qualquer parte da boca. As formas mais comuns de malignidade ocorrem nas faces laterais da língua, e no pavimento da mesma, sendo estes de origem escamosa, sendo ainda comum, em portadores de HIV o sarcoma de Kaposi, que ocorre nas partes posteriores do palato, em especial no palato mole.

Em relação aos tumores nos vestíbulos e lábios, das pessoas que mascam tabaco,  regra geral é de origem verrugosa e tem crescimento lento.

Cancro Oral

As formas de tumor na cavidade oral manifestam-se frequentemente e representam cerca de cinco por cento de todos os cancros. Considerando o tamanho da cavidade oral em relação a outros tecidos, podemos dizer que esta forma de carcinoma é muito frequente. No entanto, é quando comparado com outras formas tumorais de fácil prevenção, sendo, junto com o cancro da epiderme e dos pulmões, os de mais fácil prevenção.

Os tumores, quer benignos, quer malignos, podem ter origem em qualquer tecido da cavidade oral e á volta da mesma, no entanto, existem zonas de maior risco de malignidade. Se ele surgir nas regiões mais superficiais o nome dado ao tumor é carcinoma, se por outro lado surgir em regiões mais profundas da cavidade oral o nome do mesmo é sarcoma. As formas de carcinoma são mais frequentes, como por exemplo, o pavimento da boca, os bordos laterais da língua, e na parte posterior do palato. Raramente o cancro oral é manifestação de outros cancros.

Para se detectar um cancro na cavidade oral o modo mais comum é através do exame físico. Lesões vermelhas, irregulares e com mais de 15 dm de diâmetro são lesões de risco e devem ser submetidas a biópsia. A detecção e o tratamento precoce do cancro oral permite o seu tratamento sem grandes efeitos secundários. Se detectado em fase adiantada, quando os gânglios linfáticos da mandíbula e pescoço estão afectados a sua taxa de mortalidade ou efeitos secundários é elevada.

Factores de risco

Existem três factores de risco principais para o cancro oral. O principal facto de risco é o tabagismo. O consumo de álcool é outro factor de risco associado. Contudo, é a associação entre estes dois factores que aumenta substancialmente o risco de cancro oral. O consumo de tabaco, quer em cigarros, quer em cachimbo, quer o mascado (comum essencialmente em partes da Índia e algumas partes da África Oriental) pode provocar cancro, sendo o cigarro e o cigarro de mascar os que provocam mais cancros.

Outro factor de risco é o papiloma vírus.

O cancro oral é mais frequente em homens, no entanto, o aumento do consumo de tabaco por parte das mulheres, e também o aumento de comportamentos sexuais e a constante troca de parceiros aumentam substancialmente o risco de cancro oral.

Estes factores podem ser associados ao trauma (provocado por exemplo por um dente partido ou por uma prótese desajustada), aumentam o risco ao cancro oral. As pessoas com cancro oral, têm maiores riscos a contrair outras formas de cancro, visto que o tabaco, provoca também outras formas de cancro.

Para se prevenir o cancro oral, é importante controlar a exposição solar, em especial a horas de risco. Evitar o consumo excessivo de álcool, e a abstinência do tabaco previne a maioria das formas de cancro oral. Outra medida importante para se prevenir o cancro oral é por manter uma boa higiene oral, tratar bordos ásperos dos dentes e obturações, e ajustar as próteses dentárias, quer fixas, quer removíveis.  Controlar os comportamentos sexuais, também previne a infecção pelo papiloma vírus, o que também reduz o risco de cancro oral.

O tratamento do cancro oral, regra geral não é feito através da quimioterapia, visto que esta forma de cancro tem benefícios terapêuticos limitados. Sendo assim, as melhores formas de tratar o cancro oral passam pela radioterapia e pela remoção cirúrgica do tumor. Em vista dos problemas associados á radioterapia, como problemas nas glândulas salivares, há um aumento da susceptibilidade a doenças tais como a cárie dentária. Pessoas que precisam ser sujeitas a radioterapia precisam de ter uma higiene oral próxima da perfeição, visto que pouca placa bacteriana pode produzir imensos problemas a nível oral. Para além disso, não pode ter infecções, portanto exige a necessidade de tratar e esperar que sarem todas as patologias antes de se efectuar o tratamento de radioterapia. Além disso, pode exigir-se que se façam aplicações diárias de flúor, ou aplicações trimestrais de APF (ácido fluoretado) ou verniz de flúor (como o Duraphat). Exige-se também um controlo apertado por parte de um profissional de saúde, como um higienista oral ou um médico dentista.

Formas de cancro mais comuns

Em seguida apresenta-se as formas de cancro mais comum:

  • Língua

O cancro na língua é regra geral detectado durante uma consulta de rotina, visto que ele com frequência é indolor na sua fase inicial. Esta detecção precoce é fundamental para que o mesmo tenha um tratamento eficaz e pouco invasivo.  O local mais comum de aparecer este tumor é nas laterais da língua, no entanto, pode aparecer também em cima desta, sendo que isto ocorre em casos em que o utente teve durante anos sífilis não tratada. Eritroses (lesões de cor vermelha), com formato irregular são regra geral lesões com alto potencial cancerígeno, por isso a presença de lesões deste tipo na língua, precisam de ser observadas pelo profissional de saúde. Regra geral forma úlceras e o cancro tende a desenvolver-se para dentro da mesma.

  • Pavimento da boca

Também os carcinomas do pavimento da boca são de início indolores e tendem a ser detectados em fases precoces em consultas de rotina. Ele é em tudo semelhante ao cancro da língua, apenas a sua localização é diferente.

  • Palato mole

No palato mole podem desenvolver-se cancros de células escamosas ou cancros que se originem nas glândulas salivares do palato mole. Com frequência o cancro tem um aspecto de uma úlcera. Este tipo de carcinoma inicia-se como uma inflamação ligeira.

  • Leucoplasia

A leucoplasia é uma lesão branca que se forma, com frequência no revestimento da boca, e ocorre quando a mucosa é irritada por muito tempo e forma uma mancha branca e plana que não sai ao esfregar. O ponto está branco visto que é formado por queratina, pouco abundante nesta zona. Contudo, podem haver outras áreas brancas que se formam na boca, quer pela acumulação de alimentos, quer por bactérias ou fungos. A diferença acontece porque esta lesão não desaparece com a limpeza. Neste processo de formação desta protecção podem desenvolver-se células cancerígenas. Por isso a lesão branca, é com frequência chamada de lesão pré-cancerígena. No entanto, não é uma lesão tão preocupante como a eritoplasia. Áreas brancas não exigem uma ida imediata ao profissional de saúde, ao passo que áreas vermelhas exigem.

  • Gengivas

Tumefacções nas gengivas regra geral não são de origem tumoral, mas regra geral são lesões periodontais, quer originadas por cárie dentária, quer por doença periodontal. O tratamento da cárie ou da periodontite, elimina com frequência o abcesso. Contudo, existem, com uma frequência relativamente baixa, alguns tumores no periodonto que são facilmente removidos com cirurgia e com baixa taxa de recidiva.

  • Glândulas Salivares

Qualquer das glândulas salivares, quer as glândulas salivares major, quer as minor, são susceptíveis de sofrer com um tumor. Com frequência, são de crescimento rápido e podem ser dolorosos. A palpação das glândulas notam uma massa dura ao tato.

  • Lábios

Os lábios também são susceptíveis ao desenvolvimento de carcinomas. Em especial o lábio inferior desenvolve danos pelo sol (queilose actínica), que manifesta-se com gretas nos lábios e alteração de cor (ou vermelho ou vermelho-esbranquiçado). Estas lesões precisam de um diagnóstico por meio de biópsia para avaliar se é cancerosa. As lesões cancerígenas são frequentemente duras ao tacto e aderem ao tecido subjacente, ao passo que as lesões não cancerosas são facilmente movidas. O lábio superior é menos acometido com lesões, no entanto, são mais propensas a desenvolverem cancro. Pessoas que consomem tabaco, quer em cigarros, quer por mascar, está propensa a desenvolver bordos brancos com cristais na parte interna dos lábios que podem tornar-se em carcinomas verrugosos.

  • Maxilares

Podem formar-se tumores, em especial na zona do dente do ciso, que provocam dor e inchaço. Eles podem não ser cancerosos, mas ainda assim podem desenvolver-se e destruir áreas consideráveis do maxilar. Isso pode exigir extracção cirúrgica.

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