Marlon Brando

Marlon Brando (3 de Abril, 1924 – 1 de Julho, 2004) foi um actor americano, especialmente conhecido pela sua presença intensa e carismática no grande ecrã. A sua carreira enquanto actor teve início na década de cinquenta, e abrangeu papéis de grande impacto no mundo do cinema em filmes como “On The Waterfront” (“Há Lodo No Cais”), “A Streetcar Named Desire” (“Um Eléctrico Chamado Desejo”), e “The Godfather” (“O Padrinho”).

Nascimento e família

Brando nasceu em Omaha, no estado americano do Nebraska a 3 de Abril de 1924. Quando tinha seis anos de idade, a sua família mudaria a sua residência para o estado do Illinois. O seu pai era um vendedor e a sua mãe trabalhava como actriz amadora. Marlon Brando não teria um ambiente familiar saudável. Muitas vezes ver-se-ia em fortes discussões com o seu pai, ao mesmo tempo que o seu desempenho escolar não era o melhor. As actividades desportivas e as aulas de teatro eram as únicas que acabavam por captar a atenção de Brando.

O seu pai, numa tentativa de controlar e disciplinar o seu filho, colocar-lho-ia numa escola militar aos dezassete anos de idade. Lá permaneceria um total de três anos, sem que completasse a sua estadia na íntegra. Efectivamente, Marlon Brando, revoltado por ter sido colocado na escola contra a sua vontade, teria episódios de rebeldia diários, sem mostrar grande respeito pela autoridade pelo que, por consequência, seria expulso da escola. Brando também não conseguiria terminar o ensino secundário devido a esta situação.

Marlon Brando regressaria à casa de família, e entreter-se-ia com uma série de empregos, trabalhando na limpeza de esgotos e afins.

Começo de carreira

Tempos depois, Brando mudar-se-ia para Nova Iorque, cidade onde uma das suas irmãs tentava ser actriz. Marlon Brando começaria a estudar representação sob a tutela de Stella Adler, famosa professora da área. Seria com ela que Brando aprenderia uma forma específica de actuação, vulgarmente conhecida como “o método”. No método de interpretação, o actor é ensinado a desenhar as suas próprias emoções e experiências de forma a conseguirem entrar na personagem e trazerem mais realismo para a interpretação.

Em 1944, Marlon Brando faria a sua estreia nos palcos da Broadway, na peça “I Remember Mama”. Com a sua actuação, Brando seria galardoado com o prémio de Melhor Jovem Promessa da Broadway em 1946. Em 1947, interpretaria o papel de Stanley Kowalski no drama teatral “A Streetcar Named Desire”.

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Seria uma questão de tempo até que Hollywood se interessasse pelo jovem actor, e em 1950, Marlon Brando teria a sua estreia no ramo cinematográfico com o filme “The Men” (“O Desesperado”), onde interpretaria o papel de um veterano de guerra. No entanto seria  a sua reinterpretação de Stanley Kowalski na versão cinematográfica de “A Streetcar Named Desire” que levaria o nome de Brando para as luzes da ribalta.

No decurso dos anos seguintes, Marlon Brando marcaria presença numa série de filmes. Em 1952 interpretaria a personagem de Emiliano Zapata em “Viva Zapata!”. Encarnaria a personagem de Mark Antony em “Julius Caesar” (“Júlio César”), baseado na obra de William Shakespeare. Em 1954, interpretaria um líder de um grupo de motards em “The Wild One” (“O Selvagem”), conseguiu o papel de Napoleão Bonaparte em “Désirée”, e teria oportunidade de mostrar o seu talento para cantar e dançar no musical “Guys and Dolls” (“Eles e Elas”). Marlon Brando venceria o seu primeiro Óscar, na categoria de Melhor Actor, em 1954 pela sua actuação em “On The Waterfront”.

Perda de popularidade

Com a conquista deste prémio, Marlon Brando tornar-se-ia um dos actores mais requisitados em todo o país. No entanto, e já no decorrer da década de sessenta, a sua carreira seria marcada por uma série de maus papéis, e de filmes com muito pouco sucesso nas bilheteiras.

Em 1962, a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) decidiria investir na realização de uma nova versão de “Mutiny on the Bounty” (“Revolta na Bounty”). O filme seria um desastre nas bilheteiras, não conseguindo arrecadar o suficiente para cobrir sequer metade do enorme orçamento que havia sido afixado para a feitura do filme. Seria também na produção desta película que o comportamento arrogante e auto-indulgente de Brando atingiria uma enorme dimensão. Seria enormemente criticado pela sua ira gratuita no local de gravações, e pelas suas intermináveis tentativas em alterar o argumento. Quando não estava em gravações, Marlon Brando distanciava-se dos restantes elementos do elenco para ficar sozinho.

Seria em 1972 que a carreira de Marlon Brando voltaria a renascer com a sua interpretação de um líder da máfia, Don Corleone em “The Godfather”. Pela sua actuação, Brando venceria o seu segundo Óscar para Melhor Actor, mas acabaria por recusar em aceitá-lo. Justificaria tal atitude pelo facto de a indústria de Hollywood não mostrar qualquer respeito pelos Nativos Americanos nas suas produções cinematográficas. Acabaria mesmo por nem comparecer à cerimónia, fazendo-se representar por uma nativa americana de nome Sacheen Littlefeather, que acabaria por ler, perante o público e as câmaras, o seu protesto. Em 1994, Marlon Brando tentaria recuperar o seu Óscar, pedido esse que lhe seria negado.

No ano seguinte, Marlon Brando conseguiria de novo uma nomeação para Melhor Actor com o seu papel como Paul em “Ultimo tango a Parigi” (“O Último Tango em Paris”), o que faria com que voltasse para a lista de actores mais populares e mais rentáveis da indústria. Terminaria a década de setenta com a sua interpretação como Coronel Walter E. Kurtz em “Apocalypse Now”, o qual seria mais um êxito de bilheteira.

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Final de carreira e falecimento

A partir dos anos oitenta, a carreira de actor de Brando voltaria a uma tendência de irregularidade, quer nas suas prestações, quer na sua escolha de papéis e projectos. Efectivamente, a maior parte do final da sua carreira foi marcada por papéis de menor exigência e com um impacto substancialmente menor.

Em termos pessoais, a vida de Brando sofreria uma certa quantidade de golpes emocionais. Para além de muitos casamentos falhados, Marlon Brando viveu terríveis acontecimentos com os seus dois filhos. O seu filho foi preso por homicídio e a sua filha cometeu suicídio.

Em 1999, a revista Time integrou-o na lista das “100 pessoas mais importantes do século”. Em 2004, Marlon Brando faleceria aos 80 anos vítima de uma falha respiratória.

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