Grande Prémio TV da Canção Portuguesa
O Festival da Canção é um concurso promovido pela RTP destinado ao apuramento do vencedor, que representa Portugal no Festival da Eurovisão.
O ano de estreia da Eurovisão foi em 1957 mas o do Festival da Canção, na altura com o nome de “Grande Prémio TV da Canção Portuguesa”, foi apenas em 1964 marcando assim a entrada de Portugal na competição.
Entre 1964 e 2018 muitos foram os nomes dados à própria competição, entre os quais “Uma Canção Para A Europa” (1976), “As Sete Canções” (1977), “Uma Canção Portuguesa”(1978), mas foi a partir de 1979 que adotou o nome que viria a ser o definitivo: “Festival RTP da Canção” ou a abreviação mais conhecida “Festival da Canção.”
Nestes 54 anos muitos foram os compositores e músicos que disputaram o lugar. Começaremos de seguida a analisar ano a ano os candidatos, os vencedores e os respetivos lugares. Foram três os anos em que Portugal não fez a eliminatória para o festival da Eurovisão e sendo assim não participou na competição: foram eles 2002, 2013 e 2016.
1964
Maria Helena Fialho Gouveia e Henrique Mendes foram os apresentadores do festival. A primeira interpretação a representar Portugal na Eurovisão foi a de António Calvário com o tema “Oração”, composta por João Nobre, Rogério Bracinha e Francisco Nicholson, tendo sido o 1º classificado na eliminatória. No festival da Eurovisão conseguiu conquistar o 13º lugar.
Nesta eliminatória, António Calvário venceu os artistas Artur Garcia com o tema “Foi Sonho” composto por Esteves Graça e Manuela de Moura Sá Teles Santos que ficou em segundo lugar e Madalena Iglésias com “Na tua carta” de João Andrade Santos e Manuela de Moura Sá Teles Santos, que conquistou o terceiro lugar. Para além destes ainda venceu Simone de Oliveira com “Olhos nos olhos”, Gina Maria com “Tirano Gentil”, Artur Garcia com o tema “Finalmente”, Guilherme Kjölner com “Manhã” e “Lindo Par”, Simone de Oliveira com “Amar é ressurgir” e Gina Maria com “Minha luz brilhou”, o vencedor participou ainda com o tema “Para cantar Portugal” e, por fim em último lugar, Madalena Iglésias com “Balada das palavras perdidas”.
1965
1965 foi ano de “Sol de Inverno”, tema interpretado por Simone de Oliveira dos compositores Nóbrega e Sousa e Jerónimo Bragança. Conquistou igualmente o 13º lugar na Eurovisão que decorreu em Itália.
O segundo lugar ficou para Artur Garcia com “Amor”, de António Resende Dias e Luís Simão e o terceiro para Madalena Iglésias com “Silêncio entre nós” de Mário Gonçalves Teixeira e José Correia. Os restantes lugares foram atribuidos a Simone de Oliveira com”Silhuetas ao luar”, Artur Garcia com “Nasci, sonhei, cresci e amei” e António Calvário com “Por causa do mar”, “Bom Dia” e “Você não vê”.
1966
Na terceira participação, Portugal levou a concurso “Ele e Ela” interpretado por Madalena Iglesias, do compositor Carlos Canelhas, que também alcançou o 13º lugar na competição internacional.
Por terra ficaram os temas de Sérgio Borges “Eu nunca direi adeus”, de Joaquim Luís Gomes e António de Sousa Freitas, Madalena Iglésias com “Rebeldia”, de Fernando de Carvalho e Jerónimo Bragança, João Maria Tudela com “Outono”, António Calvário com “Encontro para amanhã”, Madalena Iglésias com “Caminhos perdidos”, João Maria Tudela com “Ai, gracinha” e Tony de Matos com “Nada e ninguém”.
1967
Em 1967, a RTP introduz uma nova forma de apuramento que consiste na existência de duas eliminatórias e uma final que foram apresentadas por Isabel Wolmar e Henrique Mendes.
Na final, Eduardo Nascimento venceu com o tema “O Vento Mudou” de Nuno Nazareth Fernandes e João Magalhães Pereira, conquistando internacionalmente o 12º lugar.
Em segundo lugar ficou o Duo Ouro Negro com “Livro sem fim” de António Andrade e Maria Vargas e em terceiro Maria de Lurdes Resende com “Não quero o mundo” de Duarte Pestana e Zélia Rosa Pinto. O Duo Ouro Negro participou ainda com o tema “Quando amanhecer”, Artur Garcia participou com “Porta secreta” e Marco Paulo também chegou à final com o tema “Sou tão feliz”.
1968
O V Grande Prémio TV da Canção Portuguesa contou com a apresentação de Maria Fernanda e de Henrique Mendes e teve lugar no dia 4 de Março no Estúdio C da Tóbis, em Lisboa.
Foi o ano de Carlos Mendes conquistar o 11º lugar na Eurovisão com o tema “Verão” de Pedro Osório e José Alberto Diogo.
António Calvário conquistou o segundo lugar com o tema “O nosso mundo” de Fernando Poitier e Fernando Vieira e o terceiro lugar ficou para Tonicha com “Fui ter com a madrugada” de Pedro Jordão e Rui Malhoa. Nos restantes lugares ficaram José Cid com “Balada para D. Inês”, Nicolau Breyner com “Pouco mais”, João Maria Tudela com “Ao Vento e às Andorinhas”, Simone de Oliveira com “Canção ao meu piano velho” e com “Dentro de outro mundo”, Tonicha com “Calendário” e Mirene Cardinalli com “Vento não vou contigo”.
1969
A famosa “Desfolhada Portuguesa” de Nuno Nazareth Fernandes e José Carlos Ary dos Santos, por Simone de Oliveira, conquistou o 1º lugar na final que decorreu, pela primeira vez, no Teatro São Luiz, em Lisboa, apresentado por Lurdes Norberto. No festival da Eurovisão arrecadou o 15º lugar.
O Duo Ouro Negro com “Tenho Amor Para Amar” de João Maria Tudella e Fernando Alvim conquistou o segundo lugar e o terceiro ficou para Valério Silva com “Sol da manhã” de Manuel Viegas. Os restantes lugares ficaram para Maria da Fé com “Vento do norte”, Fernando Tordo com “Cantiga”, Madalena Iglésias com “Canção para um poeta”, Artur Garcia com o tema “Sombra de ninguém”, Daniel com o tema “Os fios da esperança”, Lilly Tchiumba com “Flor Bailarina” e, por último, Teresa Paula Brito com “Buscando um horizonte”.