Na literatura
Em Portugal, o Romantismo acompanhou a ideologia politica do Liberalismo. Almeida Garrett e Alexandre Herculano, dois «bravos do Mindelo», foram os introdutores da nova corrente, na literatura, com a qual se haviam familiarizado durante o seu exilio, que lhes permitira o contacto com escritores românticos francês, ingleses e alemães. Por exemplo, o romancista inglês Walter Scott foi uma espécie de mestre para Herculano, enquanto Garrett não escondeu a sai predileção pelo escritor alemão Goethe.
O Romantismo em Portugal, partilhava também as características do Romantismo europeu, tais como: aos modelos clássicos, racionais e universais, opõe individualidades e especificidades; é sentimental e imaginativo; valoriza o pitoresco, o folclore, a tradição e a cultura popular; evoca a Idade Média; deixa-se incumbir pelo individualismo cristão.
A sensibilidade pessoal, a afeição à Idade Média, a reação contra cânones clássicos, a observação da Natureza e a predileção pelas lendas e tradições nacionais, tudo isto marca a obra de Garrett, cujos poemas Camões (1825) e D. Branca (1826) assinalam o inicio da revolução romântica em Portugal.
Para Alexandre Herculano, homem comprometido com a causa liberal e a defesa da Carta Constitucional, a literatura tornava-se uma Tarefa cívica, um meio de ação pedagógica. Como romancista histórico, deixou-nos notáveis obras de ficção (O Monge de Cister, o Bobo, Eurico, o Presbítero), onde reconstrói o passado medieval com paixão e imaginação. A sua atração e o conhecimento profundo da Idade Média vieram-se também a revelar nas Lendas e Narrativas, onde o novelista se submeteu à lição dos documentos.
Na arquitetura, escultura e pintura
O Romantismo arquitetónico foi muito marcado pela figura do rei D. Fernando II, não só pelos artistas que apoiou, mas pelo palácio que ergueu em Sintra- o Palácio da Pena, que o próprio poeta Byron celebrou. É um monumento eclético e revivalista, da autoria do barão de Eschwege, onde se fundem elementos manuelinos e mouriscos.
Na escultura, o Romantismo revelou-se um período pobre, como acontecia no Norte da Europa. A primeira metade do século XIX produziu escultures de craveira média, como é o caso de Vítor Bastos (1829-1894) e Alberto Nunes (1838-1912). Isto explica o êxito que por cá obtiveram artistas estrangeiros, neste período.
Na pintura, o Romantismo anuncia-se na obra de Domingos António Sequeira e instala-se com Tomás da Anunciação (1818-1879) na figuração paisagística, com Luís Pereira Menezes, o visconde de Menezes (1817-1878), no retrato, e com Francisco Metrass (1825-1861) na evocação histórica.