Quem foi Paul Gauguin
Eugène Henri Paul Gauguin foi um pintor e gravador pós-impressionista. Paul Gauguin foi uma personalidade incrivelmente fascinante, tanto como artista e como ser humano.
“A natureza tem poderes infinitos, misteriosos e imaginativos. Ela está sempre variando as produções que nos oferece. O próprio artista é um meio da natureza.” – Paul Gauguin
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Paul Gauguin(1848-1903)
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Paul Gauguin nasceu em Paris, em 7 de Junho de 1848, filho do jornalista e cronista político Clovis Gauguin e de Aline-Marie Chazal, cuja família pertencia à nobreza espanhola, que se mudou para o Peru na época da conquista daquele país. Tinha uma única irmã, Marie, dois anos mais velha do que ele. Sua origem era mestiça (francesa, espanhola e peruana). Sua avó, que militava na defesa dos indígenas, era filha de um nobre peruano.
Quando tinha um ano de idade, Clóvis e Aline, com medo de que Luís Napoleão, a quem se opuseram politicamente, chegasse ao poder, embarcaram para o Peru levando os filhos ainda bebés (Gauguin tinha pouco mais de um ano). Mas Clovis não aguentou a dureza da viagem, morrendo no navio, em consequência de um aneurisma. Ainda assim, sua mulher seguiu para Lima onde permaneceu com os dois filhos, durante 4 anos.
Quando voltou para seu país natal, em 1855, Gauguin estudou em Orléans e, aos 17 anos, ingressou na marinha mercante e correu o mundo. Trabalhou em seguida numa corretora de valores parisiense e, em 1873, casou-se com a dinamarquesa Mette Sophie Gad, com quem teve cinco filho.
Apesar do sucesso como corretor, Gauguin apaixonou-se cada vez mais pela pintura. E, como tivesse uma boa situação financeira, passou a coleccionar arte moderna, e aprendeu técnicas artísticas com o escultor Jules Bouillot.
Comprou obras de Cézanne, Sisley, Monet, Manet, Pissarro, Renoir e de outros impressionistas. Amigo dos pintores Camille Pissarro e Edgar Degas, foi convidado por eles para participar da quarta exposição do Impressionismo. Tal contacto incentivou-o a pintar com mais frequência, além de adquirir obras impressionistas para a sua colecção. A seguir, foi iniciado por Pissarro na técnica do paisagismo.
Em 1883, com a quebra da Bolsa de Paris, Gauguin fica desempregado e, passa a dedicar-se inteiramente à pintura. Começou, assim, uma vida de viagens e boémia, que resultou numa produção artística singular e determinante das vanguardas do século XX.
Ao contrário de muitos pintores, não se incorporou ao movimento impressionista da época. Expôs pela primeira vez em 1876. Mas não seria uma vida fácil, tendo atravessado dificuldades económicas, problemas conjugais, privações e doenças.
As suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que ele consegue com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer naturalismo, como demonstra o seu famoso quadro, “Cristo Amarelo” de 1889. Onde as cores se estendem planas e puras sobre a superfície, quase decorativamente.
Morou durante algum tempo em Pont-Aven, na Bretanha, onde a sua arte amadureceu. E depois, passou uma temporada no sul de França, onde conviveu com Vincent Van Gogh. Numa viagem à Martinica, em 1887, Gauguin passou a renegar o impressionismo e a empreender o “retorno ao princípio”, ou seja, à arte primitivista.
Com esta nova forma de viver a arte, o seu único desejo era voltar ao Taiti, porém não dispunha de recursos financeiros. Então, com o auxílio de amigos, também artistas, organizou um grande leilão de grande parte das suas obras.
Em meados de 1891, regressa ao Taiti, onde pintou cerca de uma centena de quadros.
Dois anos mais tarde retornou à Paris, na esperança de que suas telas fossem valorizadas e onde, realizou uma exposição individual na galeria de Durand-Ruel, mas frustrado por negarem a sua obra, volta ao Taiti, em 1895.
Nos últimos anos de sua vida, Gauguin foi morar na Polinésia Francesa, com o objectivo de obter nova inspiração artística entre os povos nativos da região. Em 1901, Gauguin retirou-se definitivamente da civilização que o intimidava, estabelecendo-se na ilha Hiva Oa, uma das Ilhas Marquesas, onde acaba por morrer de sífilis, em 1903.
A Sua obra, longe de poder ser enquadrada em algum movimento, foi tão singular como as de Van Gogh ou Paul Cézanne. Apesar disso, teve seguidores, mais do que um conceito artístico, representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida.
References:
BRODSKAYA, Nathalia. Gauguin. Parkstone International, 2011
DORRA, Henri. The Symbolism of Paul Gauguin: Erotica, Exotica, and the Great Dilemmas of Humanity. Univ of California Press, 2007
GAMBONI, Dario. Paul Gauguin: The Mysterious Centre of Thought. Reaktion Books, 2014
LA NUOVA ENCICLOPEDIA DELL’ARTE GARZANTI. Garzanti Editore. Milão, 1986
THOMSON, Belinda. Pós-impressionismo. Cosac & Naify. São Paulo, 2001