Expressionismo abstracto ou também conhecido como Escola de Nova Iorque, foi um movimento artístico com origem nos Estados Unidos, cujo auge foi atingido nas décadas posteriores à Segunda Guerra Mundial. Foi o primeiro movimento artístico especificamente americano a atingir influência mundial, colocando a cidade de Nova Iorque no mapa do panorama artístico mundial (posição previamente exercida por Paris, na França).
Os pintores mais conhecidos do expressionismo abstracto são Arshile Gorky, Jackson Pollock, Philip Guston, Willem de Kooning, Clyfford Still.
Na década de 1930, muitos pintores europeus famosos mudaram-se para os Estados Unidos, fugidos da Segunda Guerra Mundial, entre eles Max Ernst, Hans Hofmann, Fernand Léger, André Masson, Piet Mondrian. Estes artistas fixaram-se principalmente, em Nova Iorque e influenciaram muitos dos jovens pintores norte-americanos. Em 1943 o encontro entre os velhos mestres europeus e jovens pintores norte-americanos traduziu-se no movimento mais significativo da pintura moderna dos EUA – o Expressionismo Abstracto.
O movimento ganhou este nome por combinar a intensidade emocional do expressionismo alemão com a estética anti-figurativa das Escolas abstractas da Europa, como o Futurismo, o Bauhaus e o Cubismo Sintético. O termo foi usado pela primeira vez para designar o movimento americano em 1946 pelo crítico Robert Coates. Mas a noção de expressionismo abstracto, só foi utilizada pela primeira vez em 1952, pelo crítico H. Rosenberg, no seu artigo “Artistas americanos do Action Painting”, publicado nesse ano, no jornal “Art News”.
O Expressionismo abstracto, foi o primeiro estilo pictórico norte-americano a obter o merecido reconhecimento internacional, elevando os Estados Unidos como nova potência mundial e centro artístico emergente.
As principais características do Expressionismo Abstracto eram a revolta contra a pintura tradicional, a liberdade e a espontaneidade.
Quanto à espontaneidade, em especial, o Action Paintings de Jackson Pollock, um método de pintura que privilegiava a rapidez da execução, a espontaneidade “eruptiva” e condenava a premeditação, é bastante bem sucedida e característica da mentalidade do Expressionismo abstracto.
O expressionismo abstracto reúne um grande conjunto de manifestações, sendo possível identificar duas tendências principais. Uma, que se integra na corrente da Action Painting, inclui as obras de pintores como Jackson Pollock, Willem de Kooning ou Franz Kline. Nas suas obras, bastante gestualistas, a tinta era lançada directamente na tela, através de gestos instintivos, onde o acaso e o aleatório determinavam a evolução da pintura.
A outra tendência, mais meditativa ou “mística”,integra os pintores Rothko e Gottlieb. Estes artistas exploravam preferencialmente as qualidades tácteis e os efeitos sensitivos da cor e produziram quadros abstractos utilizando poucos elementos, representados com limites indefinidos e relações cromáticas de grande subtileza.
Nem todas as obras deste movimento são abstractas, como algumas obras de Willem de Kooning, de Mark Rothko ou de Barnett Newman. Era normalmente aceite que a abordagem do artista ao seu trabalho se deveria relacionar directamente com o seu inconsciente, libertando uma diferente criatividade.
Apesar de ter uma maior expressão nos Estados Unidos, como o tempo também se expandiu para a Europa, onde se desenvolveu um expressionismo abstracto com preocupações mais intelectuais e menos radical que na América, a sua dramaticidade está mais relacionada com estado de espírito e pelo existencialismo.
As obras desenvolvidas na Europa, principalmente em França, contêm um clima mórbido com um carácter mais introspectivo do que o expressionismo. Ao invés da pesada carga de revolta visível nas obras da Escola de Nova Iorque, os artistas europeus eram mais identificados com as meditações sobre a condição humana, o mal-estar que consistiria num “existir”, que não era um “viver”.
Uma expressão mais dominada pela melancolia e imobilidade do que a revolta expansiva dos americanos. Provavelmente uma consequência, causa directa, da brutal passagem e vivência directa com o massacre da Segunda Guerra Mundial.
O pintor europeu mais relevante deste movimento, foi o alemão conhecido pelo nome de Wols, pseudónimo de Alfred Otto Wolfgang Schulze. Alem dele, também com um trabalho de grande importância, encontramos o alemão Hans Hartung, os franceses Jean Fautrier e Jean Dubuffet, os italianos Antonio Burrie Lucio Fontana e o catalão Antoni Tapiês, entre outros.
References:
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