Dondo é uma cidade angolana, sede do município de Cambambe, província de Kwanza Norte, sendo conhecida como uma das cidades mais quentes do país. Está localizada nas margens do rio Kwanza, a cerca de 183 quilómetros de Luanda. A população residente está estimada em 55 mil habitantes, oriundos maioritariamente dos municípios fronteiriços do Libolo (Kwanza Sul) e Kissama (Bengo), e cujo dialecto predominante é o kimbundo.
Desde o final do período colonial e até à década de 80 do século XX, Dondo foi um importante centro industrial, sendo considerado como o 4º pólo industrial do país. Contudo, e ao contrário do que aconteceu em muitas outras cidades industriais angolanas, a indústria local entrou em declínio e atualmente a maioria da sua população dedica-se à prática da agricultura, pesca e comércio.
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História do Dondo
No período pré-colonial, a cidade do Dondo (na altura denominada Mbanza Kabaza) pertencia ao Reino do Ndongo, um importante reino africano da região criado durante o século XIV pela migração de povos negros oriundos do centro de África, chefiados pelo rei Ngola Nzinga, que avançou para o Kwanza e ocupou todas as terras até ao mar. Além de ter sido sede do Reino do Ndongo, o Dondo albergava a maior feira comercial do reino e provavelmente de toda a região, absorvendo produtos trazidos pelas caravanas provenientes das Lundas e da Quibala.
Com a instalalção em 1771, pelo português Francisco Inocêncio Coutinho, de uma grande fábrica de fundição de ferro na região, mais especificamente em Nova Oeiras, hoje na comuna de Massangano, o Dondo conhece um período de grande desenvolvimento e prosperidade económica. Face a esse desenvolvimento, a povoação é elevada a sede de concelho em 1857 e em 1870 é elevada a vila. Por essa altura, um grande número de habitantes da Aldeia do Soba Kambambe transfere-se para o Dondo dando novo impulso ao seu crescimento, sobretudo na área agrícola.
Contudo, foi já no decorrer do século XX que o Dondo conheceu o seu período de maior prosperidade, a que não será alheio a chegada do caminho de ferro à cidade em 1941 e a construção da barragem hidro-elétrica do Cambambe cujas obras foram concluídas em 1960. Com estas duas importantes infra-estruturas, segui-se uma fase de grande crescimento industrial da cidade, salientando-se a instalação do complexo industrial têxtil Satec (depois denominada Bula Matadi l), a sociedade de Vinhos Vinelo, uma unidade de produção de materiais de construção, a sociedade algodoeira de Ambriz e ainda a fábrica de cerveja EKA.
Em 29 de Maio de 1973, pouco antes da independência de Angola, e como resposta ao seu grande desenvolvimento, o Dondo é elevado à categoria de cidade.
Nos anos que se seguiram, e como consequência direta da guerra civil angolana, a indústria do Dondo entrou numa fase de grande declínio, restando atualmente apenas a barragem de Kambambe e a fábrica de cerveja EKA que ainda mantém a produção em pleno. Contudo, e pelo facto de o Dondo estar localizada a apenas 183 quilómetros de Luanda, na confluência de várias ligações rodoviárias entre a capital do país e as províncias do leste, centro e sul e ainda pelo facto de ser servida pelo Ramal de Zenza do Itombe que liga a cidade ao Caminho de Ferro de Luanda, existem perspetivas de um retorno do desenvolvimento industrial em áreas como a indústria têxtil e agro-alimentar.
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