Vanguarda

Vanguarda é um termo que pode referir-se a duas áreas: a militar e a que está relacionada ao mundo da arte. Vanguarda significa frente, dianteira, parte anterior. É um substantivo feminino, do francês “avant-garde” (estar na frente, à dianteira de um movimento) e significa, estar á frente do seu tempo ou lugar.

Representa a parte mais consciente e combativa, ou de ideias mais avançadas, de qualquer grupo social. Por extensão, é um grupo de indivíduos que por seus conhecimentos ou por uma tendência natural, exerce papel de precursor ou de pioneiro em determinado movimento cultural, artístico, científico etc.

O seu uso metafórico data de inícios do século XX, se referindo a sectores de maior pioneirismo, consciência ou combatividade dentro de um determinado movimento social, político, científico ou artístico.

Vanguarda foi usada na arte para designar os movimentos artísticos que romperam com os modelos clássicos que eram empregados nas escolas conservadoras. Os artistas vanguardistas romperam com os padrões preestabelecidos, seja nas artes, na musica, no cinema, na moda ou em qualquer forma de expressão artística ou cultural.

Nas artes, a vanguarda produz a ruptura de modelos preestabelecidos, defendendo formas anti-tradicionais de arte e o novo nas fronteiras do experimentalismo.

De acordo com Ferreira Gullar em seu livro “Indagações de Hoje”, o conceito de vanguarda depende da cultura e da região. O que é considerado vanguarda em Paris, não é considerado vanguarda em Recife e vice-versa. O conceito de vanguarda artística é muito complexo e, como várias escolas artísticas diferentes foram consideradas de vanguarda, é difícil definir o que é o vanguardismo.

A vanguarda constitui uma renovação de formas e conteúdos. Uma vanguarda artística, por exemplo, visa reinventar a arte e vai contra os movimentos existentes. Por princípio, a vanguarda é minoritária e costuma gerar controvérsia por parte dos círculos tradicionais. Com o passar do tempo, contudo, pode tornar-se ela mesma em parte do sistema (perdendo a sua condição vanguardista).

Apesar de as vanguardas terem características bastante diferentes entre si, assemelham-se na luta contra as tradições, na aposta pela renovação radical dos processos criativos e estéticos, no exercício da liberdade individual e no seu carácter experimental.

A expressão “estar na vanguarda” diz-se de algo (marca, empresa ou produto) ou de alguém que está na linha da frente relativamente a outra coisa ou a outra pessoa num determinado ramo ou sector. É, por assim dizer, sinónimo de “pioneiro”. Exemplo: “Sempre na vanguarda da moda, a Swatch lançou uma nova gama de relógios”.

Do ponto de vista artístico, vanguarda é uma palavra que vem do francês “avant-garde”. Nas primeiras décadas do século XX, surgiu uma série de movimentos artísticos inovadores em todas as artes como a pintura, a literatura e principalmente a arquitectura. Estas correntes receberam a denominação de vanguardismo. Surgiram em um novo contexto social, onde o artista sente a necessidade de criar novos caminhos e novas formas de expressão. O criador tem o impulso de romper com o passado e apostar em estilos inovadores. A lista de movimentos vanguardas é extensa: dadaísmo, futurismo, cubismo e surrealismo.

O ideal de liberdade é comum em todas estas correntes, pois o artista sente o dever de explorar novos rumos através da imaginação e da criatividade. A arte do ponto de vista tradicional já não interessa aos vanguardistas, que colocam em vigor modelos e propostas desvinculadas do passado. Um bom exemplo é o manifesto dos artistas do futurismo, que propunham a exaltação das máquinas, do movimento, do risco e da velocidade. Ao mesmo tempo, este movimento depreciava a tendência clássica (as academias, as bibliotecas ou qualquer outra expressão que faça lembrar o passado).

O inconformismo é outra característica comum das vanguardas. A arte não está sujeita a certas regras, portanto, devem-se experimentar os elementos de cada arte, criando novas fórmulas em qualquer manifestação. A poesia sem métrica e sem pontuação é outro exemplo do espírito de vanguarda.

Fontaine_Duchamp

Marcel Duchamp, A fonte (Obra de arte indiscutivelmente vanguardista)

O vanguardismo foi mais do que uma série de movimentos artísticos, de facto, representou a incorporação de uma ideia, a vanguarda segue inspirando os artistas. De alguma maneira, o conceito de vanguarda expressa o desejo de criar algo diferente do que já existe e é um termo que se emprega à moda, à escultura, ao cinema e, em geral, a qualquer manifestação de arte.

Alguns nomes que podem ser indicados como artistas de vanguarda são: Marcel Duchamp no Dadaísmo, Salvador Dalí e Kandinsky no modernismo, Matisse com o fauvismo, Picasso com o cubismo, Boccioni no futurismo, Gabo no construtivismo.

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References:

CHILVERS, Ian. Diccionario del arte del siglo XX. Editorial Complutense, 2001

GULLAR, Ferreira. Indagações de hoje. J. Olympio Editora, 1989

PRECKLER, Ana María. Historia del arte universal de los siglos XIX y XX, Volume 2. Editorial Complutense. 2003

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