Gónadas Femininas

As mulheres possuem duas gónadas. As gónadas femininas são denominadas ovários, que se encontram alojadas na cavidade abdominal, de cada um dos lados do útero e ligados a este por pregas de tecido conjuntivo, denomindado mesentério. Os óvarios têm a forma semelhante a uma amêndoa, com cerca de 2 centímetros de largura por 4 centímetros de comprimento. No entanto, o seu tamanho varia ao longo da vida, atingindo o volume máximo no início da puberdade. Com o avançar da idade, os ovários tendem a diminuir e na menopausa atingem cerca de um terço do seu volume inicial.

Cada ovário encontra-se envolvido por uma forte cápsula de tecido epitelial, que envolve o parênquima ovárico. Hstologicamente, é possível distinguir duas camadas no parênquima ovárico: o córtex, ou zona cortical, uma camada externa de tecido conjuntivo, e a medula, ou zona medular, composta de tecido muscular liso e tecido conjuntivo. A zona medular é bastante irrigada por vasos sanguíneos e possui muitas terminações nervosas.

No córtex ovárico, é possível observar numerosas estruturas arredondadas de diversos tamanhos, designados folículos ováricos. Os folículos ováricos são formados por uma célula germinativa, que irá dar origem ao gâmeta, rodeada por uma ou mais camadas de células foliculares, que alimentam e protegem a célula germinativa ao longo do seu amadurecimento.

O sistema reprodutor feminino não é completamente fechado, os ovários estão muito próximos dos oviductos ou trompas de Falópio. Cada trompa constitui um canal cuja extremidade mais próxima do ovário possui uma abertura em forma de funil franjago, chamado pavilhão da trompa. A outra extremidade das trompas de Falópio termina no útero.

Existem cílios vibráteis no epitélio interior do pavilhão da trompa que provocam um movimento de líquido da cavidade abdominal para a trompa, facilitando, assim a recolha do gâmeta feminino para o interior do oviducto e a sua condução, ao longo desse tubo, em direção ao útero.

É nas gónadas femininas que ocorre o processo da oogénese.

A oogénese é um conjunto de fenómenos que ocorre nos ovários, que conduz à formação de gâmetas femininos. Ao contrário da espermatogénese, que se inicia apenas durante a puberdade, a oogénese inicia-se durante o desenvolvimento embrionário.

 

A oogénese é acompanhada da maturação dos folículos ováricos, num processo que compreende quatro fases: multiplicação, crescimento, repouso e maturação.

 

Na fase da multiplicação ou proliferativa, durante o desenvolvimento embrionário, as células germinativas, denominadas por oogónias, multiplica-se, por mitoses sucessivas.

 

Na fase de crescimento, as oogónias aumentam de volume, devido à síntese e acumulação de substâncias de reserva, originando os oócitos I (ou de 1ªordem), que se rodeiam de células foliculares, originando os folículos primordiais. Os oócitos I iniciam a primeira divisão meiótica, que se interrompe em prófase I.

 

Por sua vez, na fase de repouso, os folículos primordiais, contendo os oócitos I em prófase I, permanecem inactivos desde o nascimento até à puberdade. Nesta fase, a maior parte dos folículos primordiais degenera. O folículo primordial é constituído por uma célula germinativa (oócito ou ovócito), rodeada por células foliculares achatadas. Aos cinco meses, o feto feminino possui ovários 6 a 7 milhões destes folículos. No entanto, estes começam a degenerar nos meses seguintes, num processo denominado atresia folicular, pelo que, na altura do nascimento, os ovários possuem cerca de 2 milhões de folículos primordiais.

O folículo primário ocorre a partir da puberdade e, aproximadamente, uma vez por mês, um folículo primordial começa a crescer dentro de um dos ovários. O oócito I (célula que irá originar o gâmeta feminino) aumenta de volume e verifica-se uma proliferação das células foliculares, até formarem uma camada contínua de células. Na fase do folículo secundário, continua-se a verificar o crescimento do folículo primário, devido ao contínuo aumento do oócito I e à proliferação das células foliculares, que originam uma cama espessa denominada por camada granulosa. Entre o oócito I e a camada granulosa forma-se uma camada acelular, constituída apenas por substâncias orgânicas, denominada zona pelúcida. Surge, ainda, outra camada de células a rodear o folículo que é a teca.

 

Por último, na fase de maturação, atingida a puberdade, alguns folículos primordiais começam a desenvolver-se e, com eles, os oócitos I. A maturação do oócito I torna-se evidente quando o folículo atinge a fase e maturação (aproximadamente, de mês a mês). Quando o folículo atinge a fase de maturação, o oócito I, que se encontrava em profase I , recomeça a primeira divisão da meiose, originando duas células haplóides desiguais, uma maior, designada oócito II, ou de segunda ordem, e uma de menor tamanho, o primeiro glóbulo polar. A diferença no tamanho das células deve-se a uma citocinese desigual, isto é, o citoplasma divide-se por gemiparidade. Ambas as células se destacam da parede do folículo para a cavidade folicular.

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