Limites Tectónicos

A Terra é um planeta que não sua estrutura interna é constituída por núcleo, manto e crosta. A crosta terrestre pode ser continental ou oceânica, com espessuras e composições bastante diferentes.

No manto existe, a partir da profundidade média de cem quilómetros uma camada sólida, mas plástica, denominada astenosfera. A zona sólida e rígida, externa relativamente à astenosfera, designa-se por litosfera. A litosfera é constituída por crosta oceânica, por crosta continental e pela parte mais externa do manto.

Com base na localização de vulcões e sismos, foi possível considerar a litosfera dividida em porções chamadas placas litosféricas, cuja espessura é de cerca de cem quilómetros. Com base em informações fornecidas por satélite, obteve-se a confirmação do movimento relativo dos continentes.

Os limites das placas litosféricas podem ser de diversos tipos: divergentes, convergentes ou conservativos.

Os limites divergentes situam-se nas dorsais oceânicas e são zonas onde é formada noca crosta oceânica. As dorsais oceânicas são extensas cadeias montanhosas geralmente com um vale central denominado rifte, cuja profundidade varia entre os 1 800 e os 2 000 metros, com largura aproximada de 40 quilómetros e com paredes em degrau e cortadas por falhas transversais. Nas dorsais oceânicas de alastramento rápido, como no oceano Pacífico, não existe o vale central.

Nas zonas de fossas oceânicas, localizam-se os limites convergentes. Nas zonas dos limites convergentes verifica-se a destruição da placa litosférica, que mergula. Por tal fato, esta zona é também denominada de zona de subducção. As fossas oceânicas estão localizadas nas zonas de transição da crosta continental para a crosta oceânica ou então em zonas de crosta oceânica. Pode-se ainda verificar-se a convergência de área continentais de placas, como aconteceu quando a placa da Índia chocou com o Sul da Ásia.

Os limites conservativos situam-se em determinadas falhas, chamadas falhas transformantes. Estas falhas cortam transversalmente as dorsais oceânicas e ao longo delas não se verifica destruição nem alastramento, mas apenas deslizamento de uma placa em relação à outra.

A mobilidade das placas litosféricas tem como consequência a mudança da configuração e da localização dos continentes e dos oceanos ao longo dos tempos. Os fundos oceânicos são formados ao longo dos riftes, alastram e são destruídos ao longo das zonas de subducção. Daí a juventude dos fundos oceânicos. Neste movimento os continentes mudam as suas posições relativas. É também possível à luz da teoria da tectónica de placas compreender muitas das alterações clim+aticas ocorrentes na superfície do planeta Terra e, consequentemente, as modificações na flora e na fauna dessas regiões. Assim, há 3 000 milhões de anos, na África do Sul encontrava-se na região polar, como é possível deduzir pela existência de inúmeros vestígios de glaciares. A Europa, nessa altura, tinha um clima tropical quente e húmido e uma vegetação luxuriante.Ao longo do tempo esses continentes deslocaram-se, percorrendo enormes distâncias até às posições que ocupam atualmente. Pelo contrário, zonas como o Sul do continente africano e a Índia apresentavam um clima com temperaturas bastante baixas, pois são bem evidentes os vestígios da existência de glaciares.

Muitas das mudanças climáticas que se verificaram ao longo da História da Terra e, consequentes alterações florísticas e faunísticas podem ser explicadas à luz da mobilidade das placas litosféricas.

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