Biografia Eusébio de Cesareia:
Eusébio de Cesareia terá, nascido por volta de 265 d. C., em Cesareia, na época cidade do Império Romano, actualmente zona costeira mediterrânica do Estado de Israel, morreu possivelmente em 339 ou 340. Foi a primeira pessoa a dedicar-se eficazmente ao estudo do Cristianismo.
Representação Eusébio de Cesareia
Não existe muita informação disponível sobre a infância e juventude de Eusébio de Cesareia, até o seu nascimento é incerto pela historiográfica, especula-se que tenha nascido por volta do ano 265. Terá recebido instrução, sobre como criticar e analisar um texto religioso, por Doroteu de Tiro em Antioquia.
Dedicou-se ao estudo do Antigo Testamento, juntamente com Pânfilo de Cesareia, O estudo crítico da primeira parte da Bíblia, valeu a prisão a Pânfilo, mas Eusébio continuou e terminou o estudo, compilado como ‘Apologia de Orígenes’. Seguidamente foi para Tiro e posteriormente para o Egipto, onde foi acusado de sacrifícios aos antigos deuses egípcios, o que provavelmente eram difamações, para fundamentar a perseguição contra Eusébio de Cesareia, e a sua obra.
Não existe um pleno conhecimento sobre a vida de Eusébio, sabe-se que após esta perseguição, tornou-se Bispo de Cesareia, sucedendo a Agápio, provavelmente depois de 313. A grande discussão teológica na época envolvia, a interpretação ariana da religião. Existe pouca informação sobre os primeiros anos do bispado de Eusébio de Cesareia.
Concedeu protecção a Ário, perseguido pela corrente mais conversadora do cristianismo. No Concilio de Niceia em 325, foi um dos principais intervenientes, na defesa da causa ariana, impressionando o Imperador Constantino I, pela sua instrução, retórica e obra. Eusébio acreditava na separação das três entidades da Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. Jesus era um Deus subordinado, ao Pai, verdadeiro Deus e criador de todas as coisas, esta simplificação da doutrina de Eusébio de Cesareia, permite compreender, o motivo que levou à cisão com a corrente tradicionalista do cristianismo, que advogava a unificação numa só pessoa da Santíssima Trindade.
A controvérsia ariana não dissipou-se com o Concilio, Eusébio de Cesareia envolveu-se num conflito ideológico e de palavras com Eustácio de Antioquia, com acusações de parte a parte, de desvirtuamento da fé, e das conclusões teológicas do Concilio de Niceia. O conflito entre os dois resultou, na destituição de Eustácio, enquanto bispo, o que originou a revolta da população de Antioquia contra a hierarquia eclesiástica. Os críticos de Eustácio propuseram, Eusébio de Cesareia como novo Bispo de Antioquia, mas este rejeitou.
Removido este obstáculo às ideias arianas, os partidários de Ário e Eusébio começaram a atacar Atanásio de Alexandria, o mais forte e influente opositor às suas ideias. Em 334 foi convocada uma reunião do cristianismo para Cesareia, Atanásio não compareceu, por antever um resultado desfavorável para a sua corrente. Nova reunião foi convocada para o ano seguinte, em Tiro, novamente Atanásio não compareceu, mas deslocou-se para Constantinopla, queixando-se ao Imperador Constantino I, das movimentações dos arianos.
Constantino convocou todos os bispos à sua corte, inclusivamente Eusébio de Cesareia, Atanásio acabaria exilado no final de 335. Eusébio morreria poucos anos depois em Cesareia, deixando uma vasta obra redigida sobre o cristianismo.
A Obra, de Eusébio de Cesareia reflecte igualmente a sua vida, inicialmente centrou-se no estudo crítico do Antigo Testamento, posteriormente sobre os mártires da religião, e finalmente a questão dogmática, como a interpretação ariana.
As suas duas grandes obras foram a ‘Crónica’ e a ‘História da Igreja’. A ‘Crónica’ relata os grandes acontecimentos históricos até então, a obra é dividida em duas partes, a primeira descrevendo cronologicamente, os acontecimentos envolvendo as diversas nações, e a segunda que analisa sincronismos e paralelismos entre as diversas, culturas, religiões e factos. A ‘História da Igreja’ relata, os acontecimentos mais relevantes do Cristianismo, a partir dos apóstolos. Baseou esta obra em certos pressupostos como; história judaica; relação cristã com os pagãos; contextualização das heresias; principais estruturas eclesiásticas, e os seus principais intervenientes – bispos.
References:
COLISH, Marcia L.; Medieval Foundations of the Western Intellectual Transition. 400-1400, Yale University Press, 2002.
LEBRUN, François;As grandes datas do cristianismo, Editorial Notícias, 1992
