Enquadramento das Ordens Religiosas:
As Ordens Religiosas são compostas tanto por elementos do sexo masculino (frades, monges abades) ou feminino (freiras). Os seus membros podem ser clérigos consagrados e directamente envolvidos na estrutura hierárquica católica, como padres ou diáconos, bem como leigos que apenas queiram dedicar-se á vida e devoção religiosa.
Os elementos das Ordens Religiosas vivem em comunidades fechadas como, mosteiros, abadias e conventos, em raras ocasiões completamente isolados do mundo exterior. Mais frequentemente apenas em clausura, e em contacto com a restante comunidade, através de serviços sociais que prestam como, educação, ajuda aos pobres ou cuidados de saúde. Utilizam um hábito, distinto entre cada Ordem Religiosa, levam uma vida religiosa rígida, que muitas vezes implica votos como a castidade, pobreza e obediência.
Em termos de classificação e tipologia existem quatro géneros de Ordens Religiosas, as monásticas, cujos membros vivem enclausurados num mosteiro; ordens mendicantes, tanto freiras como frades vivem em conventos, possuindo um papel mais activo na sociedade; as ordens regrantes, cujos elementos (cónegos) estão directamente envolvidos em celebrações religiosas, mas não completamente por não administrarem todos os sacramentos; por último temos as Ordens de Clérigos Regulares, constituídas por sacerdotes completamente consagrados, que em contraponto aos cónegos, estão presentes em todos os momentos das celebrações religiosas e sacramentos.
As diferentes Ordens Religiosas assumem papéis distintos, passando deste a prestação de assistência educativa, cuidados de saúde, alojamento de viajantes e peregrinos, auxilio aos desfavorecidos e evangelização cristã.
As origens das Ordens Religiosas remontam ao Cristianismo primitivo. Nos séculos IV e V, começaram a surgir, essencialmente no Norte de África, mas um pouco por todo o Império Romano, os Ermitas. Os Ermitas eram religiosos, que isolavam-se do mundo exterior, em regiões remotas como desertos e montanhas, para levar uma vida mais regrada e em comunhão com Deus. Rapidamente este estilo de vida austero levou á admiração, e devoção de milhares de fiéis, que começaram a formar comunidades junto ou nas proximidades dos Ermitas. Era necessário criar um conjunto de regras comportamentais nestas comunidades, lançando assim as bases para a vida em comunhão religiosa, que originaria as ordens Religiosas.
É neste contexto que nascem os primeiros conventos e mosteiros, na época ainda isolados entre si. Seria apenas após a queda do Império Romano, e com São Bento de Núrsia, que seriam criadas as condições para o surgimento das primeiras Ordens Religiosas. A Regra de São Bento regia até o mais ínfimo pormenor, a vida nos mosteiros e conventos. Rapidamente a Regra estendeu-se por diversos locais, aglomerando as respectivas comunidades religiosas, ficando estas, conhecidas como beneditinas, o que originou a Ordem de São Bento, a primeira Ordem Religiosa.
A Regra de São Bento difundiu-se pelo mundo cristão, levando ao surgimento de outras Ordens, com diferentes interpretações, mas com base nos ensinamentos de São Bento. A determinada altura os diferentes Papas, fomentavam a criação de novas Ordens Religiosas, facilitando a evangelização católica, e permitindo o controlo papal sobre os mosteiros, conventos e abadias, impedindo assim a sua liberdade de acção. Determinadas comunidades religiosas chegavam a deter mais poder e influência que o Papa, em dado reino ou região, algo que minava e destruía a influência papal, ao criar Ordens representativas dessas comunidades, o Papa colocava-as sobre a sua autoridade directa.
Ao longo dos séculos existiram muitas alterações na sociedade e Mundo Ocidental, que provocaram um declínio da vida monástica, mas as Ordens Religiosas mantiveram o seu papel social e evangelizador.