Entalhe

Nas artes, o termo entalhe designa uma escultura em pedra, madeira ou marfim, em que o desenho é mergulhado, escavado na matéria prima (em oposição ao camafeu, onde o desenho é em relevo). O artista que trabalha a técnica artística do entalhe, se denomina de marceneiro

O entalhe é um processo que requer tempo e esforço, já que o artista trabalha minuciosamente numa escultura, cortando ou extraindo o material supérfluo até obter a forma desejada. O material é sempre rígido e, com frequência, pesado.

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Exemplo de detalhes da técnica de Entalhe

 

O entalhe foi e continua a ser uma das mais belas aplicações da marcenaria desde o início da utilização da madeira como expressão artística ou na construção de objectos utilitários, como mobiliário, ferramentas ou até transportes. Amplamente apreciado o entalhe em madeira foi uma arte desenvolvida e fomentada ao longo das eras, sendo uma habilidade altamente específica e especializada, passada ao longo das gerações de pai para filho.

Ao longo dos tempos, o entalhe foi explorado em diferentes matéria-prima, mas a preferida utilizada até hoje é sem duvida a madeira, em especial a madeira com fibras regulares e baixa densidade, porque facilita a sua manufactura.

O entalhe é uma técnica principalmente explorada na Europa em madeira e em África em madeira e marfim.

O entalhe é uma expressão artística ancestral, no Antigo Império Egípcio – da 3ª à 6ª Dinastia, cerca de 2649-2152 a.C. – já os artistas aprendiam a expressar a visão do mundo e da sua cultura através da técnica do entalhe. Escultores criaram os primeiros retratos e as primeiras estátuas, em tamanhos natural, em madeira, cobre e pedra, e aperfeiçoaram a arte do entalhe para a complexa decoração em relevo e, pela observação do mundo natural, reproduzindo imagens detalhadas de animais, plantas e até mesmo paisagens, registando o seu mundo, para a eternidade nas paredes dos seus templos e tumbas. (BRANCAGLION, 2001 – p.40)

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Coluna de Trajano, Monumento em Roma, do arquitecto Apolodoro de Damasco

Uma das mais belas obras de entalhe em pedra é a Coluna de Trajano, concluída em 113, a coluna sustenta-se há mais de 1900 anos, em Roma. Os entalhes erodidos já não são nítidos nas primeiras voltas da história. Ao redor, tudo é ruína: pedestais vazios, lajes rachadas, pilares quebrados e esculturas despedaçadas insinuam a magnificência do Foro de Trajano, hoje cercado e fechado ao público, um testemunho da glória imperial do passado. Por séculos, os classicistas consideraram seus entalhes como uma história visual das guerras, na qual Trajano é o herói, e Decébalo, o rei Dácio, o seu valoroso oponente.

Arqueólogos estudaram as cenas para descobrir como eram os uniformes, armas, equipamentos e tácticas do Exército romano. Como Trajano deixou a Dácia em ruínas, as esculturas remanescentes de soldados derrotados, que no passado ornamentavam o foro, são hoje preciosas aos romenos, pois fornecem indícios de como podem ter sido a aparência e o vestuário de seus ancestrais Dácios.

A coluna influenciou e inspirou monumentos posteriores em Roma e em todo o império. Com o passar dos séculos, muitos marcos da cidade ruíram, mas o monumento continuou a despertar fascínio e reverência.

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References:

BRANCAGLION, Antonio. Tempo, matéria e permanência: o Egito na Coleção Eva Klabin Rapaport. Casa da Palavra, 2001

MALLALIEU, Huon. História ilustrada das antiguidades – Guia Básico para Antiquários, Colecionadores e Apreciadores de Arte. São Paulo. Nobel Editora, 1999

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