Conceito de Arroteamento
O termo arroteamento designa o desbravamento e preparação de um terreno inculto para a prática de agricultura e pode incluir o abate de árvores em florestas virgens e eliminação das suas raízes ou a drenagem de pântanos.
O arroteamento constituía uma prática muito usual durante a Idade Média devido à necessidade de todos os anos abandonar as áreas de cultivo já exaustas substituindo-as por outras ainda não cultivadas. Nessa período foram levados a cabo inúmeros processos de arroteamento, sobretudo nos grande feudos senhoriais, quer através do abate de grandes áreas florestais, quer através da construção de canais e aprofundamento dos leitos de cursos de água para drenagem e posterior desbravamento de áreas pantanosas. Estes processos, que se estenderam ao longo de toda a Idade Média, intensificavam-se em alturas de maior crescimento populacional. Em Portugal e restantes reinos Ibéricos, o arroteamento era uma prática comum, exercida muitas vezes para a criação de povoados em regiões recém conquistadas aos mouros, com o objetivo de as povoar e de dar maior segurança nas zonas de fronteira.
Actualmente a prática de arroteamento deve-se essencialmente à crescente procura de produtos alimentares originada pelo crescimento populacional e ocorre com forte intensidade na generalidade dos países menos desenvolvidos, levando geralmente à destruição de vastas áreas florestais e de importantes ecossistemas.