Vitalidade espermática refere-se à percentagem entre a quantidade de espermatozóides vivos face a quantidade de espermatozóides mortos. É avaliada através da integridade da membrana celular e apesar de poder ser efetuada em todas as amostras é de especial importância fazê-lo nas que apresentem motilidade progressiva inferior a 40%. É um teste que avalia também a motilidade espermática, uma vez que a percentagem de células mortas não deve exceder a de espermatozóides vivos. O valor mínimo de referência de vitalidade é de 58%.
A percentagem de espermatozóides vivos é determinada com base na integridade da membrana celular, através do teste de eosina ou teste HOS (hypo-osmotic swelling test).
- O teste de eosina baseia-se no princípio que membranas danificadas, como aquelas encontradas em espermatozóides não viáveis (mortos) permitem a entrada do corante (eosina) e assim as cabeça dos espermatozóides exibem uma cor avermelhada.
- O teste HOS teste baseia-se no princípio de que apenas células com membranas intactas incham em soluções hipotónicas, ou seja, apenas células vivas, devido à sua membrana semipermeável, permitem a entrada de água nestas condições resultando numa expansão do volume celular. Sendo assim, após incubação, espermatozóides mortos com suas membranas danificadas não incham e apresentam caudas direitas enquanto os espermatozoides vivos apresentam caudas enroladas devido à entrada de água e consequente aumento de volume.
Clinicamente o valor de vitalidade espermática é importante de analisar juntamente com a motilidade para saber se espermatozóides imóveis estão vivos ou mortos, uma vez que um espermatozóide imóvel não significa necessariamente que esteja morto, assim o valor da vitalidade pode esclarecer casos de necrozoospermia (onde todos os espermatozóides estão mortos) e ajudar a diferenciara-los de casos em que a motilidade é zero mas muitos espermatozóides estão vivos.
A presença de uma grande percentagem de espermatozóides vivos mas imóveis pode ser indicativo de defeitos estruturais no flagelo, a estrutura responsável pelo movimento espermático, altas percentagens de células imóveis e não viáveis pode indicar uma patologia no epidídimo.
References:
- Birkhead, Tim R. Hosken, Dave J. Pitnick, Scott S. (2008) Sperm Biology: An Evolutionary Perspective. Academic Press
- Rajasingam S. Jeyendran (2000). Interpretation of Semen Analysis Results: A Practical Guide. Cambridge University Press
- World Health Organization, Department of Reproductive Health and Research. (2010) WHO laboratory manual for the examination and processing of human semen. (IV) World Health Organization