Pedalfer é um tipo de solo caracterizado pelo transporte de substâncias da superfície para o interior. As características de cada solo são consequência, numa primeira instância, das condições climáticas existentes à sua localização. Contudo, a rocha mãe, os organismos que habitam esse solo, e o declive do mesmo influenciam fortemente o tipo de solo. Como consequência da multiplicidade de combinações possíveis entre estes fatores, os solos podem apresentar características e propriedades extremamente variadas. Desta forma existem diferentes tipos de classificação de solos. O primeiro cientista a publicar trabalhos que classificava os solos foi o russo Dukuchaev, em 1883. Este geólogo russo baseou-se nas propriedades observáveis, a maioria das quais resultantes dos processos climáticos e biológicos da respetiva formação. Uma classificação quem tem por base a vegetação e o clima classifica os solos como pedalfer, pedocal e laterites.
Os solos classificados como pedalfer existem em climas temperados que apresentam uma precipitação média anual superior a 630 milímetros de chuva. Proporcionam uma vegetação abundante, na maioria das vezes com predominância de coníferas. A atividade dos decompositores, em função do clima desfavorável, é pouco intensa. O horizonte O é constituído fundamentalmente por agulhas de coníferas e folhas de bétulas, que se acumulam com uma espessura razoável e experimentam um humificação lenta. Este processo pode demorar anos a estar completo. O horizonte O do solo é a camada mais superficial do seu perfil, é caracterizado pela sua composição orgânica, derivada de detritos vegetais e animais que foram depositados na superfície e são transformados em húmus. É constituído por uma camada de 20 a 30% de matéria orgânica importante pela sua capacidade de absorver água e fornecer nutrientes. Nos solos do tipo padalfer formam-se compostos húmicos solúveis que participam no alteração das argilas e favorecem a formação de complexos alumino-ferruginosos.
A maior parte dos materiais solúveis são lixiviados e arrastados pelas águas subterrâneas. Por esta razão não são encontrados neste tipo de solos carbonatos de cálcio. Os óxidos de ferro e as argilas menos solúveis deslocados no horizonte A acumulam-se no horizonte B dando-lhes uma coloração castanho-avermelhada ou castanha. As camadas do solo designadas por horizontes A, E, B e C marcam diferentes estratos minerais entre o horizonte superficial, o horizonte O, e o horizonte R, que se encontra na base e é constituído por material não consolidado e rocha não alterada. Os horizontes A, E, B e C são constituídos por areia, vasas, argilas e outros produtos resultantes da meteorização das rochas. No horizonte A a presença de húmus e de argila é muito significativa e é a este nível que ocorrem as reações químicas que originam os nutrientes captados do solo pelas plantas. Este horizonte, geralmente, é mais escuro e mais rico em matéria orgânica que as camadas inferiores.
O termo pedalfer é formado pelas primeiras letras de pédon (que em gredo significa solo) e dos símbolos químicos do alumínio e do ferro, respetivamente Al e Fe.