Conceito de Psicossomática
A psicossomática é uma área da psicologia clínica que consiste no estudo do determinismo inconsciente que está na origem das doenças físicas. A Psicossomática reforça a ligação corpo-mente e dá conta dos fenómenos psicossomáticos, fenómenos patológicos físicos cuja evolução e desenvolvimento são uma resposta do corpo a uma situação que tem um significado simbólico por detrás, estando pois o seu tratamento invariavelmente condicionado também a uma abordagem psicológica. Tem as suas raízes teóricas na psicologia clínica, em especial na psicanálise e na medicina.
Os sintomas psicossomáticos distinguem dos sintomas de conversão histérica principalmente por duas razões principais: o corpo vivo é atingido por doença física e as formações no inconsciente apresentam outro tipo de construção. A psicossomática apresenta uma ligação forte quer ao principio do prazer e ao desejo inconsciente, sendo estes a base do pensar em psicossomática.
As doenças psicossomáticas mais comuns são: a asma, a renite alérgica, a úlcera péptica, a hipertensão arterial, a colite ulcerosa, a fibromialgia e as alergias em geral. Estudos em psicossomática também apontam o tumor maligno nas suas mais variadas formas como tendo origem psicológica bem como os diversos tipos de alergias.
A psicossomática surge em 1920 com Franz G. Alexander (1891 – 1964) médico psicanalista que defende o esquema energético como base para as doenças psicossomáticas. Segundo este autor, as neuroses comuns apresentam um êxtase energético no aparelho psíquico que pode estagnar num órgão entendido e investido pela vida psíquica como contenção mas impasse para a sua livre circulação. Este órgão passa a ser o representante da dor e do sofrimento psicológico.
Helen Dunbar (1902 – 1959) médica norte-americana que se dedicou à psicossomática, defende que a somatização no corpo humano se deve à exclusão de um conflito fora da consciência. Esta exclusão cria uma espécie de curto-circuito ao nível de um órgão de eleição. A exclusão do conflito pela mente é uma das premissas defendida ainda hoje pela Escola de Psicossomática de Paris, que situa o processo de somatização ao nível da insuficiência do funcionamento mental. O perigo advém de um real constituído por comportamentos arcaicos que se podem atualizar sob a influência de um excesso de estimulação ou de um enfraquecimento do funcionamento mental. Este perigo atualizaria sob o corpo físico.
As características mais importantes e habituais de um individuo psicossomático poderão ser resumidas pelo pensamento operatório, isto é:
- Pensamento que não exprime ação mas duplica-a
- Apresenta traços do Super-Ego
- Presume que o próximo é idêntico
- Apresenta fenómenos de pseudo-deslocações (diferente da metáfora ou dos lapsos)
- Fraca atividade fantasmática
- O individuo está presente mas vazio
- Dá preferência ao concreto e não ao sonho
- Frequentemente “não sonha”
Os fatores mais comuns mencionados como sendo o fundo para o aparecimento de uma doença psicossomática são: a herança genética ou predisposição hereditária e a predisposição psicológica.