John Hicks (1904-1989) foi um economista britânico e Prémio Nobel da Economia em 1972, juntamente com o economista Kenneth Joseph Arrow, pelas suas “contribuições para as teorias de equilíbrio geral e bem-estar”.
Hicks estudou no Balliol College, Universidade de Oxford. Ele ensinou na Escola de Economia de Londres (1926-1935) e nas universidades de Cambridge (1935-1938), Manchester (1938-1946) e Oxford (1946-1965).
Ao longo de sua carreira, Hicks ocupou-se da dicotomia entre tempo e equilíbrio, entre dinâmica e estática. Jamais se sentiu satisfeito com as soluções propostas (tanto por ele quanto por outros economistas). Porém mesmo não levando em conta as hipóteses ortodoxas e heterodoxas (modelo não incorpora aspectos centrais da Teoria Geral), todos pensadores admitem que é imprescindível ler Hicks.
Foi o autor de um artigo que apareceu em 1937 na revista Econometrica publicou: “MrKeynesand os clássicos: Uma interpretação sugerida”, onde fez um esforço para conciliar o pensamento de Keynes com os modelos de equilíbrio clássicos. Isto resultou em um modelo, mais tarde conhecido como o modelo de Hicks-Hansen IS-LM.
Explorou a micro e macro, economia monetária, internacional, keynesiana, teoria do equilíbrio geral e as suas obras tiveram grande influência, como por exemplo, o modelo IS-LM.
Tanto Hicks como Keynes descordavam da abordagem neoclássica, pois para chegar ao equilíbrio teria um custo altíssimo, que consistia em eliminar da teoria qualquer representação realista dos problemas colocados pela passagem do tempo. Sendo assim, ambos realizaram uma análise dinâmica, levando em consideração o tempo. Nesse sentido, Hicks espelha-se na Teoria Geral de Keynes, em que acredita que as decisões dos agentes são afetadas pelas suas expectativas e que o futuro não é estacionário, mas sim desconhecido. Desse modo, Hicks procura desenvolver uma teoria na qual os agentes deviam decidir, no presente, tomando em conta um passado irrevogável e um futuro.
Além disso, tanto Hicks quanto Keynes acreditam que a procura por dinheiro desempenhavam um papel importante e estava relacionada à insegurança em relação ao futuro.
Para Hicks, há duas formas de explicar o excesso de oferta: como o resultado de uma decisão, da parte do ofertante, de reter parte da sua mercadoria, deixando de a vender no presente a preços mais baixos, na expectativa de a vender no futuro a preços mais compensadores; e em segundo lugar, como o resultado de algum tipo de rigidez de preços.
Assim, Teoria Geral, é apenas moderadamente inovadora. Sendo assim, para Hicks, Keynes inova ao utilizar o método das expectativas e oferece algumas sugestões no sentido de torná-la mais operacional, uma vez que alguns resultados obtidos dependiam da alocação de hipóteses particulares. Este é o caso da abordagem da relação entre variações da renda e da taxa de juros. Hicks atribui a Keynes uma ênfase indevida na possibilidade de que um aumento no investimento resulte apenas em aumento do consumo e da renda, sem qualquer impacto sobre os preços e sobre a taxa de juros. Nesse sentido, em Keynes e os Clássicos, tomando o tema da relação entre renda e juros como fio condutor, Hicks introduz um modelo de equilíbrio geral capaz, segundo ele, de representar ao mesmo tempo as concepções clássicas e keynesiana.
Para essa construção, Hicks supõe salários nominais e preços dados. Com isso, a economia não poderia operar em pleno emprego. Além disso, introduz que variações na oferta de moeda podem afetar o nível de emprego. Nesse modelo, aumentos do investimento implicam aumentos da taxa de juros.
Assim, o modelo IS-LM sintetiza os modelos clássico e keynesiano. Os resultados clássicos são obtidos quando o nível de renda é elevado. Já os resultados keynesianos prevalecem quando a economia opera a um baixo nível de atividade. E por esse motivo, Hicks afirma que a teoria de Keynes, em lugar de ser geral, é apenas a Teórica económica da depressão.
O modelo IS-LM admite a possibilidade de que o rendimento de equilíbrio ser inferior aquela consistente com o pleno emprego. Porém, a exposição de Hicks é integralmente baseada na hipótese arbitrária dos salários e preços como dado adquirido. Com isso, obscurece o fato de que para Keynes o desemprego poderia ocorrer e despeito da flexibilidade dos salários.
Em 1972, Hicks compartilhou Nobel de economia com o economista norte-americano Kenneth Joseph Arrow, pelas suas “contribuições para as teorias de equilíbrio geral e bem-estar”. Ele aplicou a técnica de curvas de indiferença à propriedade, reconvertendo a teoria da demanda. Em seu livro de 1939 Valor e Capital, analisa a teoria do equilíbrio, segundo o qual o equilíbrio económico é que todas as forças que atuam sobre uma economia contrapor-se mutuamente.
References:
Karier, Thomas (2011). Intellectual Capital – Forty years of the Nobel Prize in Economics, Cambridge: Cambridge University Press.