Apresentação do Ciclo de Calvin (ou ciclo do carbono)
Também conhecido como ciclo do carbono, o ciclo de Calvin é a designação dada a uma cadeia cíclica de reacções químicas que ocorrem no estroma dos cloroplastos, na qual se forma glícidos após a fixação e redução do dióxido de carbono.
Esta cadeia de reacções foi pela primeira vez observada por Calvin e seus colaboradores quando efectuavam experiências para identificar o trajecto seguido pelo dióxido de carbono absorvido pelas plantas. Para isso, efectuaram, entre 1946 e 1953, uma série de investigações em que estudaram o crescimento da Chlorella, uma alga verde, num meio com dióxido de carbono radioactivo. Nesses estudos verificaram que o carbono radioactivo surgia integrado em moléculas de glicose 30 segundos depois de se ter iniciado a fotossíntese. Interrompendo o processo a intervalos definidos, identificaram os compostos intermédios, bem como a sua relação com as fontes de energia química gerada durante a fase dependente da luz.
Descrição do Ciclo de Calvin
O ciclo de Calvin inicia-se com a combinação do dióxido de carbono com um composto de cinco átomos de carbono (ribulose difosfato (RuDP)) originando um composto instável com seis átomos de carbono. Este composto desdobra-se de seguida em duas moléculas com três átomos de carbono cada (o ácido fosfoglicérico (PGA)). O ácido fosfoglicérico é então fosforilado pelo ATP e reduzido pelo NADPH, formando o aldeído fosfoglicérico (PGAL). O aldeído fosfoglicérico segue então dois caminhos diferentes: uma parte vai regenerar a ribulose monofosfato e o restante é utilizado para diversas sínteses no estroma, entre as quais a síntese da glicose. Por cada seis moléculas de dióxido de carbono entradas no ciclo, formam-se doze de PGAL: dez vão regenerar a ribulose monofosfato e as restantes duas vão formar, por exemplo, uma molécula de glicose. Nesse conjunto de reacções são utilizadas dezoito moléculas de ATP (três por cada ciclo) e doze moléculas de NADPH (duas por cada ciclo).