Conceito de Magnetossoma
Os magnetossomas estão presentes em bactérias, na cabeça de pássaros, em atuns, em golfinhos, tartarugas verdes e outros animais. Este artigo foca-se na caracterização destas estruturas nas bactérias magnetotáticas (seres móveis, maioritariamente aquáticos e que se deslocam de acordo com o campo geomagnético).
Os magnetossomas são organelos intracelulares constituídos por cristais férricos, como a magnetite (Fe3O4) e a greigite (Fe3S4). A sua principal função é a orientação do organismo no campo magnético da Terra. A membrana vesicular que engloba estas partículas é constituída por uma bicamada lipídica, composta por fosfolípidos, proteínas e glicoproteínas e forma-se a partir da membrana citoplasmática, por invaginação, e anteriormente à deposição dos cristais.
A síntese dos magnetossomas envolve a captação do ferro e a formação das vesículas, seguida pelo transporte do ferro para dentro da vesícula e pelo controlo da biomineralização da magnetite. Os genes e proteínas necessários para a síntese dos magnetossomas de magnetite são ainda desconhecidos. Os cristais de ferro encontram-se organizados em cadeias lineares ou em aglomerados, que funcionam como um único dipolo magnético.
Os cristais férricos apresentam elevada pureza química, variedades muito estritas de tamanhos, morfologias específicas em determinadas espécies e arranjos particulares dentro da célula. Todas estas características são indicadoras de que todo este processo é estritamente controlado a nível biológico e é mediado por um processo de mineralização controlado biologicamente.
O termo magnetotaxis tem sido usado para descrever o comportamento das bactérias magnetotáticas.
Referências Bibliográficas
Bazylinski, D. A., & Frankel, R. B. (2004). Magnetosome formation in prokaryotes. Nature Reviews Microbiology, 2(3), 217-230.
