Conceito de Base de Lewis
Base de Lewis é o nome dado, de acordo com a Teoria ácido-base de Lewis, a uma espécie química que cede pares de electrões isolados.
A teoria ácido-base de Arrhenius, baseada na dissociação eletrolítica de substância em meio aquoso é parte integrante da química clássica e determina que uma base é uma espécie química que, ao dissociar-se em meio aquoso, gera iões hidroxilo (OH–). Por outro lado, segundo a teoria ácido-base de Bronsted-Lowry, uma base é uma espécie química que capta um protão (H+) libertado por um ácido. No entanto, tanto uma como outra teoria não preveem todos os casos que se verificam na realidade.
Em 1923, o químico americano Gilbert Newton Lewis (23 de outubro de 1875, Weymouth, EUA – 23 de março de 1946, Berkeley, EUA) apresentou a sua teoria para explicar as reações ácido-base. Segundo ele, um ácido é qualquer espécie química, molecular ou iónica que tem tendência a aceitar um par de electrões e, consequentemente, uma base será toda a espécie com capacidade para ceder este mesmo par de electrões.
A Teoria de Lewis tem o mérito de, para além de englobar as definições de ácido e base das Teorias de Arrhenius e Bronsted-Lowry, engloba também substâncias incapazes de transferir protões e passou a explicar o caracter acídico, por exemplo, dos iões metálicos como o Fe3+, o Al3+ ou o Na+. Note-se, portanto, que embora todos os ácidos de Bronsted sejam ácidos de Lewis, o inverso não é verdade: há espécies químicas que têm a capacidade de aceitar pares de eletrões de uma espécie dadora, mas não libertam protões na reação.
Usando como exemplo a dissolução de um sal de alumínio:
Al3+(s) + 6H2O(l) ⇌ Al(H2O)3+(aq)
A ligação de uma molécula de água (base de Lewis) ao ião alumínio (ácido de Lewis) ocorre porque o átomo de oxigénio da água cede um par de eletrões ao ião alumínio. À substância formada dá-se o nome de complexo e neste, o par de eletrões fica compartilhado.
Por outras palavras, numa reação ácido-base de Lewis, uma espécie deficitária em eletrões (ácido) forma ligações covalentes dativas com uma espécie que apresenta o potencial para lhe ceder um par (base). Dada a disponibilidade para cederem pares de eletrões, as bases de Lewis dizem-se nucleófilos, enquanto que os ácidos de Lewis são chamados de eletrófilos, dada a sua afinidade para os receber.