O Mal-Estar na Cultura
Obra de Sigmund Freud publicada em 1930 com carater social a par da obra As Massas e a Análise do Ego (1921). O tema principal da obra é a relação entre as exigências pulsionais e as restrições impostas pela cultura. O sentimento de culpa e o super – ego são presenças constantes na obra e adivinham o sentimento de mal-estar provocado pela cultura. Este autor menciona que o homem está destinado a viver em infelicidade e em insatisfação, uma vez que o princípio do prazer e o gozo estão no topo das suas prioridades contudo pela própria ordem natural e universal, não é possível a satisfação e o prazer. Aliás, as características das relações humanas e a hostilidade do mundo exterior evocam ainda mais a agressividade advinda da insatisfação pelo insucesso de prazer na vida do homem. Desenvolve-se então a agressividade e a hostilidade muito bem respondida por grupos amantes do fraterno e pela religião católica “amarás o próximo como a ti mesmo”.
A dimensão da agressividade e da crueldade são palco de fortes argumentações pelo autor, adivinhando-se através do texto, a presença da formulação que faz sobre o Superego nas semelhanças entre a sociedade e a família. O Superego surge como consciência moral e refreia a agressividade que o homem sente em relação aos outros promovendo pois, o sentimento de culpa, pela impossibilidade do Ego resolver a sua questão com o Superego. O sentimento de culpa, próprio mas também transposto para a sociedade, gerado pela cultura permanece e é vivido como mal- estar.