Givenchy

Givenchy, foi o mestre da extrema elegância das criações clássicas e reconhecido mundialmente por seu trabalho coerente e requintado.

“As roupas dele são as únicas nas quais me sinto eu própria. É muito mais que um couturier, é um criador de personalidade” – Audrey Hepburn 

O estilista Hubert James Taffin de Givenchy, nasceu no dia 21 de Fevereiro de 1927 na pequena cidade francesa de Beauvais. Filho do marquês Lucien Taffin de Givenchy e de Béatrice de Givenchy. Muito cedo demonstrou um especial interesse pela moda. Aos dez anos, quando foi visitar uma exposição de figurinos dos mais famosos estilistas franceses, ele encontrou imediatamente a sua paixão, com o universo luxuoso da alta-costura, contrariando o sonho dos seus pais, que queriam que ele seguisse a advocacia.

Formou-se na Escola de Belas Artes, em Paris. Chegou a trabalhar com nomes importantes da moda parisiense, como Jacques Fath, Robert Piguet, Lucien Lelong, Christian Dior e Elsa Schiaparelli. A 2 de Fevereiro de 1952, abre a sua primeira loja, a casa de Couture, Maison Givenchy, no número 8 da rue Alfred de Vigny, em Paris, e o reconhecimento foi quase imediato, fazendo soprar um vento de renovação, adaptado às novas exigências das elegantes em viagem, após anos de um monopólio quase absoluto de Dior e seu New Look.

Nesse mesmo ano, apresentou a sua primeira colecção de alta-costura, que ficou marcada pela blusa de babados nas mangas, baptizada de Bettina, em honra da sua musa, a modelo Bettina Graziani a sua principal modelo e também relações públicas da marca.

atriz Audrey Hepburn con a camisa Bettina

Audrey Hepburn con a camisa Bettina

Durante os anos 50, as suas criações eram luxuosas e com estilo, com nítida influência do estilista espanhol Cristóbal Balenciaga, e Givenchy nunca negou que o trabalho de Balenciaga o inspirava pelo contrario, numa filosofia descomplicada que não só servia de hino ao seu ídolo e mentor, mas alterava a forma como as mulheres olhariam para o estilo. Balenciaga e Givenchy se conheceram em 1953 e foram amigos até a morte do estilista espanhol, em 1972.

Em 1954, foi o primeiro designer a criar uma linha de pronto a vestir de luxo, Givenchy Université, numa democratização da roupa de qualidade.

Em 1953, é contratado para vestir Miss Hepburn para o filme Sabrina, e conhece aquela que se tornaria na sua melhor amiga. Filme esse, que ganhou o Oscar de melhor guarda-roupa, assinado por Edith Head, a designer mais requisitada de Hollywood na época e a qual não deu o devido crédito a Givenchy pelo famoso vestido de baile que audrey hepburn utiliza na famosa cena do filme.

Audrey Hepburn como o vestido de baile de Givenchy, para o filme Sabrina

Audrey Hepburn como o vestido de baile de Givenchy, para o filme Sabrina

Em resposta a isso, a actriz exigiu que, em seus próximos filmes todo seu guarda-roupa fosse todo feito pelo estilista francês, a sua amizade de 40 anos com Audrey Hepburn foi o mote para uma das relações mais fielmente bonitas que a Moda teve o prazer de presenciar, com pontos altos como o little black dress, desenhado em 1961 para Breakfast at Tiffany’s ou, em 1957, o lançamento do primeiro perfume da marca, L’Interdit, do qual a actriz foi rosto.

Audrey Hepburn and Hubert de Givenchy

Audrey Hepburn com Hubert de Givenchy

“Eu trabalho mais sobre modelos vivos que com manequins de madeira. Os manequins vivos são fonte de inspiração. Audrey Hepburn encarnou, para mim, um ideal feminino, por suas proporções e também por sua imagem.” – Hubert de Givenchy

Além de Audrey Hepburn , musa e amiga, ele vestiu outras personalidades famosas, como Gloria Guinness, Dolores Guinness, Greta Garbo, Elizabeth Taylor, Marlene Dietrich, Jacqueline Kennedy, Grace Kelly, Lauren Bacall, Ingrid Bergman, a imperatriz Farah Pahlavi  e a duquesa de Windsor, representantes também de inquestionável elegância e glamour.

Em 1956, foi o primeiro criador a apresentar as suas colecções simultaneamente a clientes e à imprensa e, em 1973, Hubert dava o passo gigante de se lançar no mercado de roupa de homem, com a linha Gentleman Givenchy. Em 1988, com o aparecimento dos grandes conglomerados, juntava-se ao grupo LVMH.

Hubert despediu-se das passarelas em 1995, com um desfile para o qual foram convidados apenas amigos pessoais, estilistas e principais clientes. Abrindo, assim, a era em que jovens criadores ingleses traziam a visão fresca à casa do luxo descontraído: John Galliano, Alexander McQueen, em Outubro de 1996, e Julien MacDonald em 2001.

É em 2005 que, quebrando o ciclo de influências britânicas, chega o italiano Riccardo Tisci, e é assim que se inicia uma nova era na Maison Givenchy, coerente, vanguardista, sensual, contemporâneo, feminino, com um leve classicismo, e um tanto ou quanto negro.

A revolução de frescura catapulta a Givenchy para um nível superior, onde sairão os must-have da próxima estação, os objectos de desejo que ditam o que entrará no nosso armário, as tendências que não resistimos a seguir, quase como uma religião.

A Maison Givenchy, tem seus produtos vendidos em mais de 20 lojas próprias da grife, além de centenas de pontos de venda dentro das mais renomadas lojas de departamento do mundo como a Harvey Nichols e Harrods em Londres, Nordstrom e Barney’s nos Estados Unidos, Galeries Lafayette em Paris, e centenas de outras lojas localizadas nos lugares mais badalados do planeta.

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References:

https://www.givenchy.com/en/

KENNER, Julie. El Código de Givenchy. Ediciones Barataria, 2006.

MOHRT, Françoise. The Givenchy Style. Vendome Press, 1998.

WASSON, Sam. Quinta avenida, 5 da manhã: Audrey Hepburn, Bonequinha de luxo e o surgimento da mulher moderna. Zahar, 2011.

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