O que é Engenharia Financeira
A expressão Engenharia Financeira é comummente utilizada para designar qualquer método ou processo de utilização combinada, desagregada e inovadora de instrumentos financeiros existentes, de forma a criar novos produtos financeiros, melhor adaptados às necessidades e expectativas dos utilizadores (aforradores ou investidores), dos financiadores ou de ambos. É um campo multidisciplinar de relativa complexidade, que aplica aplica metodologias e engenharia e matemática aplicada a problemas em finanças.
A expressão Engenharia Financeira pode também designar uma engenharia dos processos financeiros de uma instituição (uma empresa, um órgão público, uma ONG, etc), que trata dos seus fluxos de caixa futuros, dos seus métodos e organização da sua tesouraria, dos seus processos de remuneração, e da análise dos processos financeiros estratégicos para a tomada de decisões.
Em suma, Engenharia Financeira compreende simultaneamente um conjunto de instrumentos e ferramentas financeiras desenvolvidas e utilizadas para o controlo e redução do risco, bem como as estruturas criadas para esse propósito. Mediante o uso das ferramentas financeiras por um lado, e processos inovadores por outro, é possível conseguir, não apenas a redução ou anulação do risco, mas também, e como consequência disso, a obtenção de maiores rentabilidade e outros benefícios financeiros.
É de destacar o papel dos fundos de investimento coletivo e dos fundos de tesouraria, geridos por sociedades financeiras especializadas, que permitem o acesso do público em geral a investimentos acionistas, a subscrições obrigacionistas, à compra de títulos de dívida pública e a complexos produtos de ‘engenharia financeira’. Estas sociedades especializadas possuem um conjunto de especialistas, que estudam o comportamento dos mercados, investigam as melhores oportunidades e procuram a maior valorização potencial, permitindo fazer chegar ao público em geral a possibilidade de investimento em novos produtos, abrindo um enorme do leque das possibilidades de aplicação da poupança por parte dos particulares e da aplicação dos excedentes de liquidez por parte das empresas.
Além dos novos produtos de investimento, a Engenharia Financeira cria também toda uma nova gama de potencialidades de financiamento, recorrendo a complicadas operações financeiras que combinam diversos tipos de produtos, muitas vezes vezes criados por entidades que não apenas os bancos.
Um problema com que os criadores financeiros se deparam é o da inexistência de patentes de ‘produtos financeiros’, pelo que um novo produto bem-sucedido no mercado é imediatamente copiado, ou mesmo melhorado pelos concorrentes, daí que haja uma tendência para a uniformização da oferta financeira para os vários segmentos da clientela.
Muitas vezes, os produtos e estratégias de Engenharia Financeira permitem a realização de manobras especulativas, desligadas de qualquer transação real. A tentativa de materialização destes serviços contrabalança a abstração intrínseca às manobras especulativas e legitima os ganhos ou ganhos ou perdas que lhes estão associados.
Os produtos financeiros seguintes são muitas vezes utilizados para esse fim:
- As opções: Opções de compra, Opções de venda
- Os futuros: Futuros sobre divisas, Futuros sobre títulos, Futuros sobre índices bolsistas
- Os forwards: FRA (contratos de fixação de taxas de juro a prazo), FXA (contratos de fixação de taxas de câmbio a prazo)
- Os swaps:
- Swaps de taxa de juro: Coupon swap (swap de taxa de juro fixa versus variável) e Basis swap (swap de taxa de juro variável versus variável)
- Swaps simples de taxa de câmbio
- Swaps de taxa de câmbio / taxa de juro: Swaps de taxa de câmbio / taxa de juro fixa versus fixa; Swaps de taxa de câmbio / taxa de juro fixa versus variável; Swaps de taxa de câmbio / taxa de juro variável versus vaiável