Conceito de Prosopagnosia
O termo Prosopagnosia designa uma patologia caracterizada por um tipo de agnosia visual em que a pessoa deixa de reconhecer rostos familiares ou de aprender a conhecer novos rostos. Em casos extremos a pessoa deixa de reconhecer o seu próprio rosto. A sua descoberta ocorreu no ano de 1944, durante a IIª Guerra Mundial, em plena frente de batalha. Durante um bombardeamento russo, um soldado nazi é atingido por estilhaços que lhe provocam lesões cerebrais. Esse soldado é então tratado pelo neurologista alemão Joachim Bodamer, que faz uma operação para remover os estilhaços e depois aplica um teste para avaliar o estado do paciente. O médico pede que a esposa do soldado vista um uniforme de enfermeira e fique entre as verdadeiras enfermeiras e pergunta ao doente se nova algo de diferente naquelas mulheres ao que o soldado responde negativamente. Bodamer faz mais testes e constata que o paciente está normal, só que perdeu a capcidade para identificar rostos. Para batizar esse estranhíssimo sintoma, o médico cria o termo prosopagnosia: uma junção das palavras gregas prosopo (“rosto”) e agnosia (“sem conhecimento”).
A área neurológica responsável pelo reconhecimento de faces encontra-se na circunvolução fusiforme (superfície ventral do lobo temporal), chamada área fusiforme da face. Até há poucos anos acreditava-se que este tipo de desordem estava exclusivamente associada a algum tipo de lesão cerebral ou a doenças neurológicas que afectam esta área específica do cérebro. Contudo, actualmente são já muitos os relatos de Prosopagnosia congénita (hereditária) e de Prosopagnosia adquirida.
Ainda não se conhecem terapias eficazes para este problema, sendo geralmente utilizadas estratégias alternativas de reconhecimento dos outros como seja através da cor do cabelo, de gestos característicos, da forma do corpo ou da voz.