Akira Kurosawa (1910-1998) foi um célebre realizador japonês, e é considerado um dos principais realizadores da história do cinema, tendo dado um contributo inegável não só ao cinema japonês, mas a todo o cinema, com a sua obra. Kurosawa cresceu num subúrbio da cidade de Tóquio, e era o mais novo de 8 filhos de uma família de classe média. Com uma notória inclinação para a carreira artística desde cedo, Kurosawa ingressou no mundo da pintura, tendo frequentado o Centro de Pesquisas de Arte Proletária, com 18 anos; apesar de não ter avançado profissionalmente enquanto pintor, Kurosawa aproveitou muitos dos ensinamentos da pintura nos seus futuros trabalhos cinematográficos, especialmente no que diz respeito à estética que caracteriza os seus filmes.
Em 1935, Akira Kurosawa inicia a sua carreira no mundo do cinema como assistente de realização, tendo trabalhado em dezenas de filmes e adquirido conhecimentos e competências técnicas que viria a utilizar mais tarde enquanto realizador.
Kurosawa estreou-se na realização em 1943, com o filme “Sanshiro Sugata”, ao qual se seguiriam dezenas de filmes, num total de 30 obras realizadas, com destaque para “Shichinin no samurai” (“Os Sete Samurais”), de 1954, e “Ran” (“Os Senhores da Guerra”), de 1985, filme que lhe valeu a nomeação para o Óscar de Melhor Realizador no mesmo ano. 5 anos depois, em 1990, ser-lhe-ia atribuído um Óscar Honorário, pelo conjunto da sua obra.
Akira Kurosawa foi um dos precursores da introdução e difusão do “chanbara”, ou filmes de samurais, como são mais comummente conhecidos, sendo este o género mais característico da sua obra.
Kurosawa possuía um estilo de realização muito próprio, no qual aliava filosofia, visualismo e sentimentos japoneses às técnicas de montagem soviéticas e ao estilo narrativo e ação clássicas, criando assim uma linguagem visual inimitável em obras cinematográficas que perduram como marcos na História do cinema mundial.