Safávidas

Os Safávidas foram uma dinastia imperial que governou a antiga+ Pérsia, actual Irão no decorrer da época moderna.

Os Safávidas governaram a Pérsia entre 1501 e 1722, em territórios que actualmente correspondem ao Irão, Iraque, Afeganistão, Turquia Oriental, Arménia, Geórgia e Síria.

Império Safávida

Império Safávida

Os Safávidas originalmente ocupavam os territórios correspondentes ao sul do Azerbaijão e norte iraniano actual. Embora não sendo possível comprovar com exactidão, é credível que os ancestrais desta dinastia tinham raízes gregas, árabes, curdas e azeris. Esta multiplicidade genética favoreceu a multiculturalidade no Império. O azeri, língua turcomana, era utilizado oficialmente por este povo que se tornaria um Império.

O azeri era a língua oficial de comunicação na corte e nas estruturas militares, em termos administrativos a língua utilizada era o persa.

Os diversos governantes Safávidas consideravam-se descendentes directos da família do profeta Maomé, talvez numa tentativa de legitimação do poder que exerciam na região, um pouco como a legitimação divina no qual o poder do Califado assentava.

O aspecto religioso foi central para o Império, e marcou o legado da Pérsia até os nossos dias. Esta dinastia seguia a vertente xiita do Islão, e instaurou esta corrente islâmica como a religião oficial do império. Na época a generalidade dos habitantes do espaço territorial imperial eram sunitas, esta alteração de interpretação islâmica, resultou na proliferação de xiitas um pouco por todo o Médio Oriente, resultando na existência de maiorias xiitas no Irão, Iraque, e uma forte presença na Síria e Líbano actualmente.

O século XIV ficou marcado pela instabilidade e lutas pelo poder na Mesopotâmia e Pérsia, é neste contexto que emerge o Império Safavida. Ismail I, fundador da Dinastia Safávida, procurou inicialmente controlar os territórios do Azerbaijão, mas acabou por impor-se como o mais forte candidato a ocupar o vácuo de poder na Pérsia em 1501. Até 1511 conquistou sistematicamente os restantes territórios persas e alargou a sua influência em todas as direcções, tanto para o Cáucaso como para a Mesopotâmia.

Esta repentina expansão dos Safávidas liderados por Ismail começou a importunar a grande potência da região – Império Otomano. O sultão otomano Selim I enfrenta e derrota Ismail, colocando um entrave nas tendências expansionistas de Ismail. Marcou de igual forma uma forte rivalidade entre otomanos e Safávidas, que duraria os dois séculos de existência do Império Safávida. Esta rivalidade, para além de política e territorial, era também religiosa, os otomanos seguiam a vertente sunita do Islão.

Economicamente, o comércio externo era a principal fonte de rendimento, a localização geográfica estratégica entre Oriente e Ocidente, favorecia a importação e exportação de bens com a Europa, que se estabelecia no decurso da época moderna, como pólo central da economia global. As novas rotas comerciais, a descoberta do Novo Mundo vieram retirar algum protagonismo à Pérsia, enquanto centro logístico do comércio internacional.

A perda das rotas comerciais no decorrer do século XVII para portugueses, holandeses e ingleses, aliado com a constante pressão militar e territorial exercida pelos otomanos por um lado, uzbeques por outro, árabes na Mesopotâmia, fragilizaram e provocaram a queda do Império em 1722.

A Dinastia Safávida deixou uma marca muito forte na Pérsia, que se prolonga para o Irão actual, a aceitação da vertente xiita do Islão enquanto religião oficial molda ainda hoje o dia-a-dia e instabilidade que actualmente se verifica no Médio Oriente. Embora o ódio contra o Ocidente seja uma peça central do movimento fundamentalista islâmico, o conflito interno no Islão entre sunitas e xiitas é o verdadeiro catalisador da violência no Médio Oriente.

1083 Visualizações 1 Total
1083 Visualizações

A Knoow é uma enciclopédia colaborativa e em permamente adaptação e melhoria. Se detetou alguma falha em algum dos nossos verbetes, pedimos que nos informe para o mail geral@knoow.net para que possamos verificar. Ajude-nos a melhorar.