Florbela Espanca

Biografia de Florbela Espanca, poetisa portuguesa do século XX.

Nome: Flor Bela Lobo Espanca

Data de Nascimento: 8 de Dezembro de 1884

Local de nascimento: Vila Viçosa, Portugal

Data de morte: 8 de Dezembro de 1930

Local de morte: Matosinhos, Portugal

Ocupação: jornalista, poetisa

Biografia de Florbela Espanca

Florbela Espanca nasceu a 8 de Dezembro de 1884, em Vila Viçosa. Filha de Antónia Lobo e João Maria Espanca, ficou orfã de mãe aos 14 anos, tendo sido educada pela madrasta e pelo pai, que só a reconheceu como filha após a sua morte.

No Liceu de Évora concluiu o curso de Letras, sendo a primeira mulher, em 1917, a ingressar no Curso de Direito da Universidade de Lisboa.  Na literatura, interessa-se por Balzac, Dumas, Camilo Castelo Branco, Guerra Junqueiro e Garrett.

Casa-se, em 1913, com Alberto Moutinho, seu colega de escola, sendo também nesta época que conhece outros poetas e participa num grupo de mulheres escritoras. Trabalhou como jornalista na publicação Modas & Bordados e na Voz Pública, um jornal de Évora. O seu primeiro poema data de 1903 e intitula-se “A Vida e a Morte”.

O seu primeiro livro, “Livro de Mágoas”, de 1919, denota a inspiração na rejeição do pai e no sofrimento que isso lhe causa. Nessa época, sofre um aborto espontâneo, que lhe terá infectado os ovários e os pulmões. Em 1920 sofre um novo aborto e separa-se do marido, casando-se em 1925 com o médico Mário Laje.

A 1927 o seu irmã falece num acidente de carro, o que a abala profundamente e a leva à primeira tentativa de suicídio. Repete mais vezes a tentativa para suicídio até, no dia 8 de Dezembro de 1930, no seu 36º aniversário, falecer devido a sobredose de barbitúricos.

Apenas o “Livro de Mágoas” (1912) e o “Livro de Sóror Saudade” (1923) são publicados durante a sua vida. Todas as suas outras obras são publicadas postumamente. A poesia de Florbela Espanca é maioritariamente confessional, abordando maioritariamente a temática amorosa. Denota um extremo sofrimento e aborda quase sempre sentimentos relacionados ao sofrimento amoroso: solidão, tristeza, saudade, sedução, desejo e morte. É também identificável na sua obra o orgulho da sua terra natal: o soneto “No meu Alentejo” é uma glorificação da terra onde nasceu. Florbela escreveu também prosa, onde se destacam os contos, cartas e um diário que antecede a sua morte.

António José Saraiva e Óscar Lopes, em “História da Literatura Portuguesa”, descrevem Florbela Espanca como uma sonetista de “laivos anterianos”, tendo sido “uma das mais notáveis personalidades líricas isoladas, pela intensidade de um emotivo erotismo feminino, sem precedentes entre nós [portugueses], com tonalidades ora egoístas ora de uma sublimada abnegação que ainda lembra Sóror Mariana, ora de uma expansão de amor intenso e instável(…)”.

Obras

Poesia

1919 – Livro de Mágoas

1923 –  Livro de Sóror Saudade

1931 – Charneca em Flor

1931 – Juvenília: versos inéditos de Florbela Espanca (com 28 sonetos inéditos). Estudo crítico de Guido Battelli

1934 – Sonetos Completos (Livro de Mágoas, Livro de Sóror Saudade, Charneca em Flor, Reliquiae)

Prosa

1931 – As Máscaras do Destino

1981 – Diário do Último Ano.

1982 – O Dominó Preto

Epistolografia

1931 – Cartas de Florbela Espanca (A Dona Júlia Alves e a Guido Battelli)

1949 – Cartas de Florbela Espanca. Prefácio de Azinhal Abelho e José Emídio Amaro

Florbela Espanca

Florbela Espanca, poetisa portuguesa

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References:

SARAIVA, António José; LOPES, Óscar, História da Literatura Portuguesa, 1967, Porto Editora.

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