Não é bem clara a origem dos Curdos enquanto etnia, apenas sabe-se que residem na região por vários milénios. Em termos genéticos são pertencentes à família indo-europeia, com traços iranianos. Ocupam as regiões montanhosas do que actualmente é a parte oriental da Turquia, norte do Iraque, Irão e Síria. Existem também pequeno grupos de curdos no Azerbaijão, Arménia e Líbano. Pela falta de informação relativa ao número de curdos residente nos diversos estados, as estimativas apontam para a existência de 30-36 milhões de curdos.
Várias civilizações fizeram menção a tribos, reinos e governantes destas terras durante os milénios em que a história humana está documentada. Antiga Mesopotâmia, Egipto Antigo, Persas, Gregos, Romanos, todas estas civilizações já mencionavam a existência de um povo que ocupava os territórios actualmente demarcados como de influência curda. A ocupação destes espaços está na origem da reivindicação histórica dos curdos em alegar direito à criação do seu próprio Estado – Curdistão.
A mistificação nazi sobre a raça ariana desvirtuou aquilo que geneticamente é considerado como um ariano, raça que actualmente engloba os afegãos, iranianos/persas e curdos.
Os Curdos têm uma língua própria, o curdo, de origem Persa indo-europeia. Como os Curdos não têm um Estado próprio, a sua língua materna é oficialmente considerada segunda língua, estão obrigados a utilizar como língua oficial e primeira língua, a do país onde residem, o persa, o turco ou o árabe.
Em termos religiosos a maioria dos curdos é muçulmano sunita com influência dos anteriores ritos pagãos, cristãos e judeus. Esta interpretação mais livre do Islão leva a que os fundamentalistas islâmicos persigam esta comunidade.
A luta pela autodeterminação está muito presente na história curda. Os curdos residem ancestralmente no médio oriente, o berço da civilização e das grandes religiões do livro, Cristãos, Judeus e Muçulmanos, esta localização geográfica privilegiada fez com que os seus espaços fossem sistematicamente ocupados por outros povos e Impérios, persas, gregos, romanos, mais tarde árabes, mongóis, turcos otomanos e muitos outros, anexaram as regiões montanhosas do actual norte iraquiano, iraniano, sírio e oriental da Turquia ao seu território.
Movimentos como, o PKK, Partido dos Trabalhadores co Curdistão, reclamam a soberania dos espaços divididos entre o Iraque, Turquia, Síria e Irão como Curdistão, esta luta é feita tanto diplomaticamente como militarmente. Com a ascensão do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, os curdos conseguiram atingir uma maior autonomia na região, assente no apoio dado pelo ocidente no combate ao Estado Islâmico.
No Iraque a autonomia curda está visível na constituição do Curdistão Iraquiano em 1970. Na Turquia onde reside a maior comunidade curda, o conflito dura há décadas, e provocou a morte de milhares de pessoas. Com o caos na Síria, os curdos sírios conseguiram agregar-se ao Curdistão Iraquiano.
A questão curda na Turquia é fracturante do próprio país, dificulta as negociações de adesão da Turquia à União Europeia, provoca uma forte instabilidade no país, mas na perspectiva turca, os recursos naturais e essencialmente hídricos da região curda do país dificultam qualquer tentativa de entendimento.