Conceito de Ideal do Ego
Ideal do Ego caracteriza-se como as aspirações e objetivos ideais que o Ego pretende alcançar. O termo Ideal do Ego surgiu a partir da 2ª tópica freudiana (1923) do aparelho psíquico. É descrita como uma instância, a par do Ego, Id ou Super-Ego, contudo mais pequena e sem tamanha importância. É resultante da conciliação do narcisismo e idealização do ego com as identificações dos pais, os seus substitutos e os ideias coletivos. Pode ser considerado um modelo pelo qual um individuo procura confrontar-se e está intimamente ligado à construção progressiva do Super-Ego.
Em “Uma Introdução ao Narcisismo” (1914), o termo ideal do ego surge pela primeira vez em psicanálise e é entendido como uma instância criada a partir das primeiras relações intersubjetivas do bebé com os pais que aspiram grandes feitos para esse – o ser humano mais importante. O Ideal do Ego é uma instância autónoma e que serve de referência ao ego.
Em “Ego e Id” (1923) o Ideal do Ego e o Super- Ego surgem em primeiro plano como sinónimos, contudo o autor ao longo da obra, vai diferenciando o Super-Ego, como instância principal de super-consciência. Enquanto o Ideal do Ego é constituído pelas aspirações paternas, o Super- Ego é constituído pelas proibições e moralidade paterna e seus representantes. Assim sendo, ao Super- ego fica incumbido de reinar e ao ideal do Ego, aliar-se a este. Projeta diante de si o substituto do narcisismo perdido da infância e a sua grandeza fica restrita, delimitada e mais pequena através da contenção efetuada pelas críticas dos pais que constituem o Super-Ego. Conseguimos ver o Ideal do Ego na realidade quando nos apaixonamos e nos submetemos ao delírio amoroso e à paixão ou então quando nos submetemos a um mestre ideal – músico, filosofo, ator, jogador – e queremos ser como ele. Um estranho a quem projetamos as aspirações que sonhamos.