Situado no concelho de Mafra, distrito de Lisboa, o Palácio Nacional de Mafra, ou Convento de Mafra, é um monumento que data do século XVIII, tendo a sua construção sido iniciada no ano de 1717 e terminada em 1737.
A construção do palácio foi ordenada pelo rei D. João V como pagamento de uma promessa feita pela sucessão ao trono, que concretizou após o nascimento da sua única filha, a princesa Maria Bárbara.
A projeção do monumento ficou a cargo do arquiteto alemão João Frederico Ludovice, que desenhou uma obra ímpar na Europa à época. O monumento estava dividido entre o palácio, com uma área de habitação e lazer, destinada à família real e à corte, uma igreja e ainda um convento destinado a albergar 300 frades da Ordem de S. Francisco. Com forte influências do estilo barroco, o edifício tem uma área total de quase 38.000 m², e cerca de 1200 divisões, 4700 portas e janelas e 156 escadarias.
Além da grandiosidade do palácio em si, D. João V investiu ainda bastante na decoração, tendo encomendado dezenas de obras de escultura, pintura e tapeçaria, bem como 2 carrilhões com um conjunto total de 92 sinos, o maior conjunto no mundo até aos dias de hoje, e ainda 6 majestosos órgãos. Há ainda que destacar a sumptuosa biblioteca do Convento, que contém uma coleção de livros de abrangentes áreas, e que já foi considerada em diversas ocasiões a mais bela biblioteca do mundo.
O Palácio-Convento de Mafra é um edifício que marca e simboliza o reinado de D. João V, numa altura de riqueza para as altas classes em Portugal, em especial para a monarquia, devido às grandes quantidades de ouro chegadas ao país oriundas do Brasil. O largo período de construção do palácio, que se prolongou por 20 anos, deu origem ao nascimento da vila de Mafra, nos terrenos fronteiros ao edifício, onde se alojavam os cerca de 45.000 trabalhadores que passaram pela obra, bem como as suas famílias; este período da época de Portugal, com especial enfoque nas condições de vida dos trabalhadores, é um tema abordado por José Saramago, no seu livro “O Memorial do Convento”.
A par da construção do palácio-convento, foi ainda plantada a Tapada de Mafra, como área de lazer envolvente do edifício.
Atualmente o Palácio Nacional de Mafra é um monumento que atrai diversos turistas à zona de Mafra, e que pode ser visitado diariamente; a Basílica, onde estão colocados os órgãos também pode ser visitada, e ainda é palco de diversos tipos de celebrações religiosas.