David Llewelyn Wark Griffith, mas conhecido por D. W. Grifftith foi um realizador norte-americano, que se destacou por ter desenvolvido técnicas de realização inovadoras, sendo por muitos considerado o “pai” de Hollywood.
Nascido em 1875 em Crestwood, no Kentucky, Griffith era originário de uma família rural modesta, tendo passado por diversas dificuldades durante a infância e adolescência, e cedo abandonou a escola para ajudar a família, tendo trabalhado numa mercearia e numa livraria.
Griffith inicia a sua carreira artística como escritor de peças de teatro; contudo, alcançou pouco ou nenhum sucesso, conseguindo levar a palco apenas uma das suas peças. O jovem decidiu então enveredar por uma carreira de ator, e surgiu em vários filmes como figurante.
Foi em 1908, durante um dos seus trabalhos enquanto figurante, numa curta-metragem produzida pela American Mutoscope and Biograph Company, mais conhecida por Biograph, que Griffith teve a sua primeira oportunidade na área da realização. O realizador adoeceu, e o estúdio acabou por oferecer o lugar a Griffith, que se estreou com a realização de “The Adventures of Dollie”.
Desde cedo, Griffith foi um realizador que deu muita atenção aos detalhes, exigindo ensaios de cena antes do início das filmagens, e explorando todo o potencial da câmara de filmar e da edição. É a Griffith que o mundo do cinema deve a introdução dos fade-ins, fade-outs, planos longos, planos acompanhados e close-ups; além disso, através de inovadoras técnicas de edição, Griffith teve um sucesso inaudito na criação de narrativas através de imagens em movimentos, com recurso a técnicas como por exemplo o flashback, que vieram alterar para sempre o modo de se contar histórias em cinema.
Em 1915, Griffith lança “The Birth of a Nation” ou “O Nascimento de uma Nação”, em português, filme que ainda hoje é considerado um marco na história do cinema, sendo a primeira longa-metragem produzida nos Estados Unidos da América; contudo, aquando da sua estreia, o filme foi extremamente criticado, principalmente devido à abordagem à temática das relações inter-raciais.
Ainda assim, o preconceito racial foi um tema que Griffith continuou a abordar ao longo da sua carreira, em filmes como por exemplo “Intolerance” (“Intolerância”) ou “Broken Blossoms” (“O Lírio Quebrado”); a história americana e dramas comuns da vida doméstica são das temáticas mais abordadas por Griffith ao longo da sua carreira. Griffith fez algumas incursões no cinema sonoro, em 1921, embora estas não tenham tido sucesso.
Griffith faleceu em 1948, vítima de hemorragia cerebral, deixando um legado de cerca de 520 obras realizadas, entre curtas e longas-metragens e participações.