Intertextualidade é um conceito cunhado pela filósofa e escritora búlgaro-francesa Julia Kristeva, que defende que “todo o texto é absorção e transformação de um outro texto”(1); a palavra “texto” deve aqui ser encarada no seu sentido mais lato, abarcando qualquer produção artística ou cultural, quer seja num suporte visual ou não, o que inclui textos verbais e não verbais. A própria palavra “intertextualidade” indica o significado do termo, sendo que o sufixo “inter” remete para uma noção de dependência, ou relação, seguindo-se do substantivo “textualidade”, ou seja, o conjunto de caraterísticas que permitem considerar um texto como tal, concluindo-se então que a intertextualidade não é mais do que uma relação entre textos.
Segundo esta definição, qualquer objeto da vida cultural moderna (filmes, livros, músicas, quadros, esculturas, etc) relaciona-se e estabelece uma relação de interdependência e interconexão com outros objetos, existindo assim um constante diálogo entre textos.
Estas relações de intertextualidade entre textos podem estabelecer-se de diferentes formas, pelo que um texto pode fazer referência a outro direta ou indiretamente:
- Intertextualidade direta/explícita: referência clara e inequívoca de um texto noutro texto; exemplos disso são citações ou a criação de uma imagem a partir de outra (paródias de quadros famosos, com uso inequívoco de elementos do primeiro).
- Intertextualidade indireta/implícita: referência alusiva de um texto noutro texto; um exemplo deste tipo de intertextualidade poderá ser a reprodução de uma ideia ou conceito de outro texto mas por outras palavras.
References:
- KRISTEVA, Julia, Introdução à Semanálise, Ed. Perspectiva, São Paulo, 19
