História e Filmografia do Cinema Espanhol
Classificado como um cinema original com uma forte tradição artística, a história do cinema espanhol começa em 1896 com a exposição de vários filmes no Festival de San Isidro em Madrid e nesse mesmo ano é realizado o primeiro filme intitulado “A missa das doze horas da Igreja de El Pilar de Zaragoza”, de Eduardo Jimeno Correas. O primeiro filme de ficção “Briga num Café”, surge realizado por Fructuós Gelabert um ano depois. Em 1910 são apresentados filmes históricos e também adaptações inspiradas em obras literárias. Ainda nesta década surgem filmes que iraim captar a atenção do público: os filmes cómicos e satíricos chamados de “españoladas”, que criticavam os costumes comuns da sociedade de onde se destaca o filme “Baturro Nobreza” de Florian Rey (1925).
Anos mais tarde, durante a guerra civil, o cinema é usado como veículo de propaganda e com a vitória do General Franco instaurou-se a censura que fez com que muitos realizadores se exilassem. Ainda durante o regime de Franco, foi imposta a tradução obrigatória de todos os filmes estrangeiros que fossem exibidos em território espanhol.
Na década de 50 é criado o Festival de San Sebastian que vai erguer o cinema espanhol. Este festival é actualmente, um dos maiores circuitos do cinema europeu. Por volta de 1955 surge uma nova vertente no cinema espanhol: o uso de ciranças como personagens principais, que acabam por encantar os espectadores pela inocência e jovialidade, como o filme “Marcelino Pan y Vino” de Ladislao Vajda.
Já a década de 60 traz uma nova vitalidade ao cinema espanhol com filmes que foram autênticos sucessos de bilheteira como “Tia Tula” de Miguel Picazo (1964), “Amor Bom” de Francisco Regueir (1963) e “Caçado”, de Carlos Saura (1965).
Com a morte do General Franco e em plena liberdade, surgiram filmes que criticavam o regime da ditadura que tinham vivido nos anos anteriores e em 1977, José Luis Garci vence o primeiro prémio da Academia Espanhola com o filme “Negócios Inacabados”. Nos finais dos anos 80 nasce o prémio mais importante do cinema espanhol, o Prémio Goya, o equivalente ao Óscar americano.
Nos anos 90, vários actores espanhóis ganham mérito e reconhecimento em Hollywood tonando-se fenómenos de bilheteiras, como Antonio Banderas, Antonio Banderas, Penelope Cruz, Javier Bardem, entre outros. Na vertente da realização, Alejandro Amenabar ganha reconhecimento internacional com o thriller “Tese” (1995) e em 2001 vê o seu filme de terror “Os Outros” (com Nicole Kidman no papel principal) vencer oito Prémios Goya. Pedro Almodóvar surge como outro dos nomes mais reconhecidos ao vencer em 1999 o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com o filme “Tudo Sobre Minha Mãe”. Os filmes “Má Educação” (2004) e “Abraços Partidos”(2009) são alguns dos seus filmes de sucesso, onde se reconhece o uso da cor e a dimensão dada às suas personagens, características evidentes deste realizador que só trabalha com guiões escritos por si e que habitualmente apresente fortes papeis femininos.
Dentro dos variados estilos do cinema espanhol, os filmes de suspense e terror como “O Orfanato” e “REC”, foram sucessos de bilheteira nacional e internacional. No caso do filme “REC”, foram vendidos os direitos para um remake americano, porém não obteve o mesmo sucesso do original.