Conceito de Idealização
A Idealização é um mecanismo de defesa psicológico que, a par de outros como a projeção, a sublimação, ou a intelectualização, defende o individuo de uma angústia. Tal significa que um objeto (pessoa, animal, objeto, convicção, atitude) adquire um valor na perfeição absoluta ou na desilusão total.
O termo foi nomeado pela primeira vez por Sigmund Freud (1856-1939) no seu artigo de 1914 intitulado «Narcisismo: Uma Introdução», e diz respeito à ação de um individuo em engrandecer um objeto sem alteração da sua natureza. O autor defende também que a identificação a objetos idealizados contribui para a formação e enriquecimento da pessoa, a partir das instâncias ideais Ideal do Ego e Ego Ideal. Está ligado ao nascimento e às primeiras relações, sendo utilizado ao longo da vida, modificando a energia que é mobilizada para o objeto. A idealização dos pais, por exemplo, faz parte do desenvolvimento das instâncias ideias e contribui para a formação dos ideais pessoais, contudo, não são os ideais em si. A idealização poderá ser um componente de saúde mental mas também em excesso e sem recurso à realidade, poderá ter um caráter patológico.
Com Melanie Klein (1882-1960) a idealização surge associada ao instinto de sobrevivência precoce sendo considerada uma defesa contra as pulsões destrutivas. Com esta autora, o mecanismo de idealização é mais específico, estando associado às pulsões de morte e de vida projetadas num objeto. Assim sendo, este mecanismo defende o bom objeto contra as pulsões que o poderiam destruir. A idealização de um objeto surge assim como proteção relativamente a um (mau) objeto.