Como o próprio nome diz, a “cantiga” é uma forma poética destinada ao canto. Por norma, apresenta um número pequeno de versos, em redondilha, e a sua temática é geralmente amorosa.
Ao longo dos séculos, a sua forma estrófica foi sofrendo alterações. No século XV, a maioria das cantigas era escrita em versos de cinco ou sete sílabas, dividindo-se em motes e glosas. Já no século XVI, o género esteve menos em moda, mas foi cultivado por nomes como Bernardim Ribeiro, ou Camões. Nas que foram compostas após o romantismo, sobretudo a nível popular, predomina a quadra em redondilha e nomes como Afonso Lopes Vieira, António Aleixo ou António Correia de Oliveira contribuíram para o género.
No entanto, as cantigas manifestaram a sua projeção máxima na época medieval, sendo que nos cancioneiros encontram-se três subgéneros: as cantigas de amor, de influência provençal, nas quais o trovador dedica o poema à sua “senhor”, as cantigas de amigo, nas quais uma donzela lamenta a ausência, a traição ou a frieza do seu amado e as cantigas de escárnio e maldizer, nas quais prevalece a sátira e a crítica social.