O período joanino caracteriza-se pelo período em que Dom João, então Príncipe Regente de Portugal, se estabeleceu na colônia brasileira, após a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808 – fugida da invasão napoleônica,por descumprimento ao Bloqueio Continental- até 1821, ano em que permaneceu na sua colônia dos trópicos.
Dom João, como Príncipe Regente português, foi responsável por um período de grandes transformações na história colonial brasileira. A primeira medida tomada por Dom João, ainda em 1808, quando da chegada em Salvador, foi a Abertura dos Portos as Nações Amigas, além da criação do primeiro curso de Medicina.
Com a Abertura dos Portos, Dom João não só garantia o financiamento da família real portuguesa durante sua estadia no Brasil, mas também modificava o ‘status‘ do Brasil, que deixava de ser monopólio exclusivo dos portugueses. A abertura do comércio do Brasil, principalmente para a Inglaterra, ampliou o poder que os ingleses possuíam sobre os negócios portugueses. Os ingleses passaram também a usufruir de regalias no Brasil.
Com o fim do monopólio comercial português sobre o Brasil, a colônia passou a ser a nova sede do reino Português, uma extensão do Império. Até o século XVIII, pode-se afirmar que a relação existente entre Portugal e Brasil era apenas de extração de recursos. Estima-se que entre 1000 e 3000 toneladas de ouro foram transportadas do Brasil para Lisboa até o século XVIII. No início do século XIX, uma nova relação se estabeleceria com a antiga e preciosa colônia.
A Chegada de Dom João e sua corte movimentou a capital da colônia, o Rio de Janeiro. Um dos primeiros episódios da mudança foi o movimento do” Ponha-se na Rua”- assim popularizado pelos brasileiros. Após desembarcarem nos trópicos, o Príncipe-Regente deu ordens de desalojamento à várias famílias de brasileiros e portugueses -para que suas residências passassem a abrigar a grande quantidade de nobres que chegaram ao Brasil.Ao ser afixada a sigla PR ( Príncipe Regente ) nas portas, a sociedade colonial brasileira já sabia que este era um sinal de que estavam na rua. Houve um aumento do contingente populacional e com essa desordem, a necessidade de se transpor ‘ares civilizados europeus’ para a colônia.
Os ‘ ares civilizados’ estiveram representados desde a mudança ocorrida nas ruas, com a preocupação com a iluminação e o saneamento, até a criação de várias instituições no Brasil, tais como: a criação do Banco do Brasil, da Biblioteca Real, da Academia Real de Belas Artes, da Imprensa Real, além das escolas de medicina.
Em 1810, foi assinado o Tratado de Comércio e Amizade com a Grã-Bretanha, legitimando a influência e a dependência que os portugueses passaram a ter dos ingleses. Em 1815, foi a vez do Brasil ser elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves- medida tomada sobretudo para preservação da Dinastia de Bragança.Com a derrota de Napoleão, o Congresso de Viena só reconhecia Lisboa como a sede do Governo português, mantendo a situação de D. João no Brasil como ilegítima. Para resolver este impasse, a promulgação da Lei de 16 de dezembro de 1815, mudaria o status da antiga colônia, definitivamente.
Após a morte de D.Maria I, Dom João foi aclamado imperador,ainda no Brasil, tornando-se Dom João VI. Em 1817, houve a anexação da Província Cisplatina(atual Uruguai) ao Brasil e o enfrentamento com os pernambucanos, insatisfeitos com o Império e defensores da República.
Em 1820 foi a a vez dos portugueses reivindicarem o retorno do seu rei à Portugal, sob ameaça de perder o trono. Assim, em abril de 1821, com a Revolução Liberal do Porto, Dom João VI se viu obrigado a retornar para Portugal, deixando no Brasil, seu filho, Dom Pedro I, que seria responsável pela Independência do Brasil de 1822.
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