Om

Om refere-se ao nome de um personagem bíblico e também ao nome de uma terra mencionada na Bíblia. Em ambos os casos há uma associação direta entre Om e o Egipto. Om é um personagem que nasceu na terra do Egipto e quando refere-se à Terra, também estava situada no Egipto.

Em relação ao personagem, o seu nome quer dizer Poder Generativo, Energia Dinâmica, e refere-se a um personagem da tribo de Rubem, nascido no Egipto e que abandonou o país quando os israelitas foram libertos. Visto que era um dos principais rubenitas teria na ocasião de saída do Egipto mais de 40 anos. O seu pai chamava-se Pelete e ele era um dos principais homens da tribo de Rubem. Ele era um dos líderes da rebelião contra Moisés e Arão, junto com Corá, Datã e Abirão. O seu pai chamava-se Pelete. Provavelmente, o motivo deste protesto contra a autoridade de Moisés relacionava-se com o desejo dos rubenitas de terem a autoridade perdida pelo seu antepassado. Contudo, é significativo que o seu nome não aparece nas últimas palavras que dirigiram a Moisés, nem no momento em que foi destruído. Também não aparece em listas posteriores de Rubem. Isto pode significar uma de duas coisas. Ou Om desempenhou um papel um tanto ou quanto secundário na rebelião contra Moisés, ou pode também ser indicativo de que após a repreensão inicial Om mudou de proceder. De qualquer maneira a Bília é omissa em relatar o que ocorreu com Om.

Quando a palavra Om refere-se a uma cidade, esta é situada no Egipto, uma cidade de renome situada a pouca distância ao Nordeste do Cairo, perto do ponto em que as águas do Rio Nilo dividem-se para começar a formação da região do Delta. Nos registos egípcios o nome desta cidade era escrito como Junu, ao passo que os registos assíros e babilónios esta cidade era conhecida como Ana ou Unu. Julga-se que o nome egípcio da cidade significa “Cidade das Colunas”, muito provavelmente por causa da quantidade elevada de obeliscos pelas quais a cidade era famosa. O nome grego da cidade é Heliópolis (Cidade do Sol) visto que era um dos principais centros de adoração do Deus-Sol.

Nos registos bíblicos a cidade surge pela primeira vez relacionada com Potífera, sacerdote egípcio e pai da mulher dada a José como esposa, Asenate. O próprio nome Potífera incluí o nome Rá, o deus-sol.

Com o passar do tempo, o sacerdócio de Om tornou-se muito opulento, e rivalizava com o sacerdócio de Mênfis, e apenas era ultrapassada pelo sacerdócio de Tebas (A bíblica Nô-Amon). Relacionada com o templo da cidade, funcionava uma escola para treinar sacerdotes e para o ensino de medicina. Filósofos e peritos gregos eram atraídos para lá com a finalidade de aprender a teologia sacerdotal. Desta maneira Om tornou-se um célebre centro do saber egípcio.

O profeta Jeremias foi inspirado a predizer que o Rei Nabucodonosor devastaria o Egito e ‘destroçaria as colunas de Bete-Semes, que está na terra do Egito’. (Jeremias 43:10-13) Bete-Semes corresponde de certo modo ao nome grego Heliópolis e significa “Casa do Sol”. Assim, a referência feita aqui é, provavelmente, à cidade de Om, e “as colunas” que deviam ser despedaçadas podem muito bem referir-se aos muitos obeliscos ao redor do templo do sol.
A profecia de Ezequiel contém um aviso similar. (Ezequiel 30:10, 17) Aqui, a pontuação vocálica hebraica do nome varia da de Gênesis, de modo que o nome é literalmente Áven (hebr.: ʼá·wen). Alguns eruditos sugerem que isto foi feito como um jogo de palavras, visto que Áven significa “Prejuízo; Algo Prejudicial”, e Om era um centro de idolatria.
Este também pode ser o caso em Isaías 19:18, em que o texto massorético refere-se a uma das “cinco cidades da terra do Egito, que falava o idioma de Canaã e jurava a Jeová”, como a “Cidade de Derrubamento [hebr.: ʽIr ha-Hé·res]”. O Rolo do Mar Morto de Isaías apresenta ʽIr ha-Hhé·res, que significa “Cidade do Sol”, o que aponta assim para Om (Heliópolis). Neste caso, também, talvez haja um jogo de palavras intencional, Hé·res (derrubada) sendo substituído por Hhé·res (outra palavra hebraica para “sol”, menos comum que shé·mesh), em vista da intenção de Jeová de destruir a idólatra cidade de Om. A paráfrase deste trecho do versículo, encontrada nos Targuns Aramaicos, reza: “(Cidade de) a Casa do Sol, que há de ser destruída.”
Além da predita invasão destrutiva por Nabucodonosor, Om (Heliópolis) evidentemente sofreu outro golpe quando Cambises II conquistou o Egito (segundo Estrabão, geógrafo grego que viveu perto do começo da Era Comum). (Geography [Geografia], 17, I, 27) Na época de Estrabão, Heliópolis já tinha perdido sua posição de importância e estava parcialmente abandonada. Hoje, o povoado chamado Al-Matariya ocupa parte do local antigo, e tudo o que ainda resta ali do anterior esplendor é um único obelisco de granito vermelho que data do reinado de Sesóstris I. Outros obeliscos de Heliópolis são agora encontrados em Nova Iorque, Londres e Roma.

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