Apresentação da Teoria da Internalização
Recorrendo ao conceito da “imperfeições de mercado”, a ideia central da Teoria da Internalização, desenvolvida por Buckley e Casson em 1976 e por Rugman em 1979, é a de que as empresas realizam internamente as operações que o mercado realiza de forma menos eficiente (isto é, aproveitam as oportunidades geradas pelos mercados imperfeitos). Estas empresas possuem um conjunto de competências diferenciadas, denominadas fatores específicos, que lhes garantem superioridade face à concorrência. Segundo esta teoria, quando a internalização das operações é além fronteiras, está-se perante um processo de internacionalização, do qual resultam as multinacionais.
A Teoria da Internalização assenta em dois axiomas fundamentais:
- A empresa internalizará as operações até ao momento em que os custos de transacção dessas operações sejam mais elevados dos que os que derivam da sua integração organizativa;
- A empresa cresce internalizando mercados até ao ponto em que os benefícios da internalização compensem os custos.
Rugman alargou a capacidade explicativa da teoria de forma a incluir a diversificação internacional (e não só o investimento no estrangeiro), referindo que as multinacionais usam a internalização para superar as imperfeições dos mercados de capitais. Para este autor a esta teoria constitui o cerne das teorias das multinacionais, sintetizando trabalhos de diversos autores e sendo consistente com outras teorias (como a eclética, exposta a seguir)
Em termos de fraquezas deste corpo teórico, destaca-se o seu limitado âmbito de aplicação (multinacionais e ao investimento no exterior), sendo a internacionalização avaliada de uma forma estática e esquecendo aspectos como as formas de colaboração inter-empresariais.