Acabe

Acabe refere-se a um Rei de Israel, do Reino do Norte, e marido de Jezabel. Foi o pior rei do Reino do Norte.

O seu nome significa Irmão do Pai. Reinou em Samaria, capital do Reino do Norte por 22 anos, desde cerca de 940 A.C. Uma porção significativa do que sabemos sobre Acabe é descrita na Bíblia, especialmente no Primeiro Livro dos Reis. Além de ter continuado a adoração dos bezerros imposta por Jeroboão, o primeiro Rei dos reis do Norte de Israel, ele foi um promotor da adoração idólatra a Baal de Peor. Isso aconteceu porque ele casou-se com uma filha de um rei de Sídon (que havia assumido o trono, sendo antes sacerdote), de nome Etball. A sua esposa chamava-se Jezabel e tem uma péssima reputação na Bíblia.

Acabe permitiu que a sua esposa o levasse a adorar Baal, e a construir um templo em homenagem a este deus pagão, além de postes sagrados em honra a Astorete. Os 450 profetas de Baal e os 400 profetas de Astorete eram não só permitidos no país, como eram alimentados e sustentados pela realeza. A Escritura diz:

(1 Reis 18:19) “E agora, manda reunir todo o Israel a mim no monte Carmelo, e também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste sagrado, que estão comendo à mesa de Jezabel.”

Em vista da sua grande incidência em adorar a Baal, ofendendo por isso Jeová, Elias avisou Acabe de que haveria uma grande seca em Israel. De acordo com escritos posteriores, em Lucas e em Tiago, esta seca durou cerca de três anos e meio. Ela foi anunciada no fim do período seco, por isso num dos versículos diz que ela durou apenas 3 anos. Somente à palavra de Elias a seca terminaria. Apesar de Acabe procurar por Elias, ele não foi encontrado em lado nenhum. Então, Acabe tentou culpar Elias pela seca que existia, acusação que o profeta refutou e identificou o principal culpado, o desvio da adoração a Jeová. Uma prova realizada no topo do monte Carmelo mostrou que Baal não era uma entidade, e manifestou a Jeová como o Deus verdadeiro; como consequência os profetas de Baal foram mortos às ordens de Elias, e, pouco depois disso, um aguaceiro acabou com a seca. Ao retornar a sua casa, ele informou a sua esposa das ações de Elias contra o baalismo. Jezabel reagiu com violenta ameaça contra Elias, o que resultou na fuga do profeta para o monte Horebe.

Acredita-se que Acabe comandou as construçõs das fortificações em Samaria. Estas foram reveladas pela arqueologia como sendo três muralhas de primorosa execução e muito fortes. Elas revelaram uma plataforma palaciana, em formato retangular de cerca de 90 m por 180 m, com um muro circundante de pedras de cantaria. Vários painéis de marfim também foram encontrados.
A riqueza da cidade e a força da sua posição foram postas à prova por um sítio armado contra Samaria pelo sírio Ben-Hadade II, na chefia de uma coligação de 32 reis. De início aquiescendo mansamente às demandas do agressor, Acabe depois recusou a concordar em permitir o virtual saque do seu palácio. As negociações de paz fracassaram, e, por orientação divina, Acabe utilizou um estratagema de batalha que apanhou desprevenido o inimigo, e levou à matança deste, embora Ben-Hadade escapasse.
Convencido de que Jeová era apenas um ‘deus dos montes’, Ben-Hadade retornou no ano seguinte com uma força militar de igual tamanho, mas posicionou-se para a batalha no planalto, em geral sem relevos, perto de Afeque, no território de Manassés, em vez de avançar para a região montanhosa de Samaria. As forças israelitas avançaram para o local da batalha, mas pareciam “dois minúsculos rebanhos de caprídeos”, em comparação com o acampamento sírio. Tranquilizadas pela promessa de Jeová, de que o seu poder não era controlado pela topografia as forças de Acabe impuseram uma esmagadora derrota ao inimigo. No entanto, bem semelhante ao que o Rei Saul fez com Agague, o amalequita, Acabe permitiu que Ben-Hadade sobrevivesse e concluiu com ele um pacto, pelo qual as cidades capturadas seriam devolvidas a Israel e se designariam a Acabe ruas em Damasco, evidentemente visando o estabelecimento de bazares ou mercados para promover os interesses comerciais de Acabe naquela capital síria. Similar a Saul, Acabe foi condenado por Jeová por causa disso, sendo predita a calamidade futura para ele e seu povo.
Durante um intervalo de paz de três anos, Acabe voltou sua atenção para a aquisição do vinhedo de Nabote, de Jezreel, um terreno muito desejado por Acabe, porque se limitava com os terrenos do seu palácio residencial ali. Quando Nabote recusou a solicitação à base da lei de Deus sobre a inviolabilidade das possessões hereditárias, Acabe retirou-se para sua casa, onde se deitou em seu divã, com o rosto voltado para a parede, e recusou-se a comer. Ao saber da causa de seu desalento, a pagã Jezabel fez arranjos para o assassínio de Nabote, sob o manto dum julgamento de blasfémia, e fazendo uso de cartas escritas em nome de Acabe. Quando Acabe foi apossar-se do terreno cobiçado, encontrou-se com Elias, que o denunciou como assassino, e como alguém que se vendeu movido pelas constantes incitações de sua esposa pagã. Assim como os cães lamberam o sangue de Nabote, assim também os cães lamberiam o sangue de Acabe, e a própria Jezabel e os descendentes de Acabe se tornariam comida para cães e aves necrófagas. Essas palavras calaram fundo, e, com profundo pesar, Acabe jejuou vestido de saco, alternadamente sentando-se e andando de um lado para o outro, abatido. À base disto, certa medida de misericórdia lhe foi estendida com respeito ao tempo em que a calamidade sobreviria à sua casa.
As relações de Acabe com Judá ao Sul foram fortalecidas por meio duma aliança matrimonial em que Atalia, a filha de Acabe, casou-se com Jeorão, filho do Rei Jeosafá. Durante uma visita amigável de Jeosafá a Samaria, Acabe induziu-o a apoiá-lo no esforço de retomar Ramote-Gileade dos sírios, os quais evidentemente não cumpriram de forma plena os termos do pacto feito por Ben-Hadade. Ao passo que um grupo de falsos profetas expressou em coro suas garantias de êxito, por insistência de Jeosafá, foi chamado o profeta Micaías, odiado por Acabe, profeta que predisse certeira calamidade. Ordenando a prisão de Micaías, Acabe teimosamente prosseguiu com o ataque, embora tomando a precaução de disfarçar-se, mas foi atingido a esmo por uma flecha, de modo que morreu lentamente. Seu corpo foi levado a Samaria, para ser ali enterrado, e, quando “começaram a lavar o carro de guerra junto ao reservatório de Samaria . . . os cães lambiam o sangue dele”.
A Pedra Moabita, do Rei Mesa de Moabe, fala da dominação de Moabe pelo Rei Onri e seu filho.
Inscrições assírias que descrevem a batalha travada entre Salmaneser III e uma coligação de 12 reis em Carcar incluem o nome A-ha-ab-bu como membro da coalizão. A maioria dos peritos aceita isto, em geral, como referência ao Rei Acabe, de Israel; contudo, quanto à evidência de que tal identificação está sujeita a dúvidas.

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