Fernando Pessoa

Nome Fernando António Nogueira Pessoa
Nascimento 13 de Junho de 1888, Lisboa
Morte 30 de Novembro de 1935, Lisboa – 47 anos
Filiação Joaquim de Seabra Pessoa, Dona Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa
Principais Ocupações Poeta, Escritor, tradutor
Movimento Modernismo
Principais Heterónimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, Bernardo Soares

Fernando António Nogueira Pessoa Nascimento refere-se a um autor português nascido em Lisboa a 13 de Junho de 1888, filho de Joaquim de Seabra Pessoa e Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa.

Fernando Pessoa

Nasceu por volta das 15h20 no 4º Andar Direito do número 4 do Largo de São Carlos em frente ao Teatro São Carlos. O seu nome é dado em homenagem a Santo António, visto que este nasceu no dia de Santo António e o nome de batismo de Santo António é Fernando de Bulhões.

A sua infância teve alguns momentos trágicos que o marcaram profundamente. A 13 de Julho de 1893, o seu pai morreu aos 43 anos vítima de tuberculose. O seu irmão, Jorge, viria a falecer no ano seguinte, ainda sem completar um ano de idade. A sua mãe vê-se obrigada a leiloar parte da mobília e a mudar-se para uma casa mais modesta, o terceiro andar do n.º 104 da Rua de São Marçal.

Neste período de tragédia nasce o primeiro Heterónimo de Fernando Pessoa. Chevalier de Pas, quando Pessoa tinha apenas seis anos. Este heterónimo tem o objetivo de preencher o vazio causado pela ausência do pai. Este facto é descrito pelo próprio numa carta datada de 1935 a Adolfo Casais Monteiro, onde explica a origem dos heterónimos. O segundo casamento da mãe,  com o comandante João Miguel Rosa (1857-1919), cônsul na África do Sul leva-o até África e a receber uma educação inglesa que o tornou pródigo no inglês.

Viajou de navio, indo primeiro até ao Funchal e de lá apanhando outro navio até a África do Sul, Durban. Faz a instrução primária na escola de freiras irlandesas da West Street, onde fez a primeira comunhão, e percorre em dois anos o equivalente a quatro.

Em 1899 ingressou no Liceu de Durban, onde permanece durante os próximos três anos e foi um dos primeiros alundos da turma. No ano de 1899 criou também outro pseudónimo, Alexander Search, que envou cartas a si próprio. Em 1901 é aprovado com distinção no primeiro exame Cape School High Examination e escreveu os primeiros poemas em inglês. Por volta dessa época a sua irmã Madalena Henriqueta, de dois anos, morre. Foi então que partiu com a família para Portugal, para um ano de férias. No navio em que viajam, o paquete König, vem também o corpo da irmã. Já em Lisboa, morou com a família em Pedrouços e depois na Avenida de D. Carlos I, n.º 109, 3.º Esquerdo. Na capital portuguesa, nasceu João Maria, quarto filho do segundo casamento da mãe de Pessoa. Viajou até os Açores para visitar a família Materna e até Tavira para os parentes paternos. Nessa época escreveu o poema Quando Ela Passa. Visto que tinha que dividir a atenção da mãe com os outros filhos do casamento da sua mãe com o padrasto, Pessoa isola-se e tem muitos momentos reflexivos.

O Inglês teve grande destaque na sua vida, pois foi neste idioma que trabalhou quando se tornou correspondente comercial em Lisboa, além de o utilizar em alguns dos seus textos e traduzir trabalhos de poetas ingleses. Com excepção de Mensagem,os únicos livros publicados em vida são os das colectâneas dos seus poemas ingleses: Antinous e 35 Sonnets e English Poems III e III, editados em Lisboa, em 1918 e 1921.

Fernando Pessoa permaneceu em Lisboa, enquanto os seus familiares retornaram a África. Mais tarde, retornou sozinho a África, num navio a vapor. Chegado à África do Sul, matriculou-se na Durban Commercial School, escola comercial de ensino nocturno, enquanto de dia estuda as disciplinas humanísticas para entrar na universidade. Nesse período, tenta escrever contos em inglês, alguns dos quais com o pseudónimo de David Merrick. Em 1903, candidata-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Na prova de exame de admissão, não obtém boa classificação, mas tira a melhor nota entre os 899 candidatos no ensaio de estilo inglês. Recebeu por isso o Queen Victoria Memorial Prize («Prémio Rainha Vitória»). Um ano depois, ingressa novamente na Durban High School, onde frequenta o equivalente a um primeiro ano universitário. Aprofunda a sua cultura, por ler clássicos ingleses e latinos. Escreve poesia e prosa em inglês, e cria os heterónimos Charles Robert Anon e H. M. F. Lecher. Publica no jornal do liceu um ensaio crítico intitulado Macaulay. Por fim, encerra os seus bem-sucedidos estudos na África do Sul com o Intermediate Examination in Arts, na Universidade, e obtem uma boa classificação.

Com isto, decide retornar a Portugal, sozinho em 1905. Passa a viver com a avó Dionísia na Rua da Bela

Casa Fernando Pessoa

Vista número 17. Nesta época, começa a conhecer as obras portuguesas e familiariza-se com autores portugueses.

Em Agosto de 1907, a sua vó Dionísia morreu e deixa uma pequena herança, com a qual monta uma pequena tipografia, na Rua da Conceição da Glória, 38-4.º, sob o nome de «Empreza Ibis — Typographica e Editora — Officinas a Vapor», que rapidamente vai à falência. A partir de 1908, dedica-se à tradução de correspondência comercial, uma ocupação a que poderíamos dar o nome de “correspondente estrangeiro”. Nessa actividade trabalha a vida toda, tendo uma modesta vida pública.

Frequenta a tertúlia literária que se formou em torno do seu tio adoptivo, o poeta, general aposentado Henrique Rosa, no Café A Brasileira, no Largo do Chiado. Este Café ainda hoje evoca Pessoa pois tem uma estátua do mesmo. No entanto, o seu café preferido era o Martinho da Arcada, na Praça do Comércio, lugar onde escrevia e se encontrava com amigos e escritores.

Em 1915 participou na revista literária Orpheu, a qual lançou o movimento modernista em Portugal, e causa algum escândalo e muita controvérsia. Esta revista publicou apenas dois números, nos quais Pessoa publicou em seu nome, bem como com o heterónio Álvaro de Campos.

Pessoa foi internado no dia 29 de Novembro de 1935, no Hospital de São Luís dos Franceses, em Lisboa, com diagnóstico de “cólica hepática” causada por cálculo biliar associado a cirrose hepática. O diagnóstico é hoje contestado por estudos médicos, embora o excessivo consumo de álcool ao longo da sua vida seja consensualmente considerado como um importante factor causal. Segundo um desses estudos, Pessoa não revelava alguns dos sintomas mais típicos de cirrose hepática, tendo provavelmente sido vítima de uma pancreatite aguda. Morreu no dia 30 de Novembro, pelas 20h00, com 47 anos de idade. No dia anterior, tinha escrito a sua última frase, em inglês: “I know not what tomorrow will bring” (“Não sei o que o amanhã trará”). O funeral realizou-se a 2 de Dezembro no Cemitério dos Prazeres.

Estátua de Fernando Pessoa

Importante referir acerca de Pessoa um grande interesse pelo ocultismo e misticismo. Embosa não tenha nenhuma filiação com a maçonaria e a Rosa-Cruz, Pessoa tinha grande interesse neisso. O seu poema hermético mais conhecido e apreciado entre os estudantes de esoterismo é “No Túmulo de Christian Rosenkreutz“. Além disso, tinha o hábito de fazer consultas astrológicas para si mesmo, e realizou mais de mil horóscopos.

Os heterónimos de Pessoa são a sua grande criação. Diferente dos pseudónimos, cada um destes tinha a sua própria identidade e estilo de escrita. Os mais importantes são Ricardo Reis, Álvaro de Campo, Alberto Caeiro e Bernardo Soares. Alguns estudos apresentam mais de 100 diferentes personagens criados por Pessoa.

Obras de Fernando Pessoa

· Do Livro do Desassossego
· Ficções do interlúdio: para além do outro oceano
· Na Floresta do Alheamento
· O Banqueiro Anarquista
· O Marinheiro
· Por ele mesmo

Poesias de Fernando Pessoa

· A barca
· Aniversário
· Autopsicografia
· À Emissora Nacional
· Amei-te e por te amar…
· Antônio de Oliveira Salazar
· Elegia na Sombra
· Isto
· Liberdade
· Mar português
· Mensagem
· Natal
· O Eu profundo e os outros Eus
· O cancioneiro
· O Menino da Sua Mãe
· O pastor amoroso
· Poema Pial
· Poema em linha reta
· Poemas Traduzidos
· Poemas de Ricardo Reis
· Poesias Inéditas
· Poemas para Lili
· Poemas de Álvaro de Campos
· Presságio
· Primeiro Fausto
· Quadras ao gosto popular
· Ser grande
· Solenemente
· Todas as cartas de amor…
· Vendaval

Prosas de Fernando Pessoa

· Pessoa e o Fado: Um Depoimento de 1929
· Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação
· Páginas de Estética e de Teoria e de Crítica Literárias

Obras do heterônimo Alberto Caeiro

· O Guardador de Rebanhos
· O guardador de rebanhos
· A Espantosa Realidade das Cousas
· Um Dia de Chuva
· Todos os Dias
· Poemas Completos
· Quando Eu não tinha
· Vai Alta no Céu a lua da Primavera
· O Amor é uma Companhia
· Eu Nunca Guardei Rebanhos
· O Meu Olhar
· Ao Entardecer
· Esta Tarde a Trovoada Caiu
· Há Metafísica Bastante em Não Pensar em Nada
· Pensar em Deus
· Da Minha Aldeia
· Num Meio-Dia de Fim de Primavera
· Sou um Guardador de Rebanhos
· Olá, Guardador de Rebanhos
· Aquela Senhora tem um Piano
· Os Pastores de Virgílio
· Não me Importo com as Rimas
· As Quatro Canções
· Quem me Dera
· No meu Prato
· Quem me Dera que eu Fosse o Pó da Estrada
· O Luar
· O Tejo é mais Belo
· Se Eu Pudesse
· Num Dia de Verão
· O que Nós Vemos
· As Bolas de Sabão
· às Vezes
· Só a Natureza é Divina
· Li Hoje
· Nem Sempre Sou Igual
· Se Quiserem que Eu Tenha um Misticismo
· Se às Vezes Digo que as Flores Sorriem
· Ontem à Tardeterr
· Pobres das Flores
· Acho tão Natural que não se Pense
· Há Poetas que são Artistas
· Como um Grande Borrão
· Bendito seja o Mesmo Sol
· O Mistério das Cousas
· Passa uma Borboleta
· No Entardecer
· Passou a Diligência
· Antes o Voo da Ave
· Acordo de Noite
· Um Renque de árvores
· Deste Modo ou Daquele Modo

Obras do heterônimo Álvaro de Campos 

· Acaso
· Acordar
· Adiamento
· Afinal
· A Fernando Pessoa
· A Frescura
· Ah, Onde Estou
· Ah, Perante
· Ah, Um Soneto
· Ali Não Havia
· Aniversário
· Ao Volante
· Apostila
· às Vezes
· Barrow-on-Furness
· Bicarbonato de Soda
· O Binômio de Newton
· A Casa Branca Nau Preta
· Chega Através
· Cartas de amor
· Clearly Non-Campos!
· Começa a Haver
· Começo a conhecer-me. Não existo
· Conclusão a sucata !… Fiz o cálculo
· Contudo
· Cruz na Porta
· Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
· Datilografia
· Dela Musique
· Demogorgon
· Depus a Máscara
· Desfraldando ao conjunto fictício dos céus estrelados
· O Descalabro
· Dobrada à morda do Porto
· Dois Excertos de Odes
· Domingo Irei
· Escrito Num Livro Abandonado em Viagem
· Há mais
· Insônia
· O Esplendor
· Esta Velha
· Estou
· Estou Cansado
· Eu
· Faróis
· Gazetilha
· Gostava
· Grandes
· Há Mais
· Lá chegam todos, lá chegam todos…
· Lisboa
· O Florir
· O Frio Especial
· Lisbon Revisited – l923
· Lisbon Revisited – 1926
· Magnificat
· Marinetti Acadêmico
· Mas Eu
· Mestre
· Na Casa Defronte
· Na Noite Terrível
· Na Véspera
· Não Estou
· Não, Não é cansaço
· Não: devagar
· Nas Praças
· Psiquetipia (ou Psicotipia)
· Soneto já antigo
· The Times

Obras do heterônimo Ricardo Reis

· A Abelha
· A Cada Qual
· Acima da verdade
· A flor que és
· Aguardo
· Aqui
· Aqui, dizeis
· Aqui, neste misérrimo desterro
· Ao Longe
· Aos Deuses
· Antes de Nós
· Anjos ou Deuses
· A palidez do dia
· Atrás não torna
· A Nada Imploram
· As Rosas
· Azuis os Montes
· Bocas Roxas
· Breve o Dia
· Cada Coisa
· Cada dia sem gozo não foi teu
· Cancioneiro
· Como
· Coroai-me
· Cuidas, índio
· Da Lâmpada
· Da Nossa Semelhança
· De Apolo
· De Novo Traz
· Deixemos, Lídia
· Dia Após Dia
· Do que Quero
· Do Ritual do Grau de Mestre do átrio na Ordem Templária de Portugal
· Domina ou Cala
· Eros e Psique
· Estás só. Ninguém o sabe
· Este seu escasso campo
· É tão suave
· Feliz Aquele
· Felizes
· Flores
· Frutos
· Gozo Sonhado
· Inglória
· Já Sobre a Fronte
· Lenta, Descansa
· Lídia
· Melhor Destino
· Mestre
· Meu Gesto
· Nada Fica
· Não Canto
· Não Consentem
· Não queiras
· Não quero, Cloe, teu amor, que oprime
· Não quero recordar nem conhecer-me
· Não Só Vinho
· Não só quem nos odeia ou nos inveja
· Não sei de quem recordo meu passado
· Não Sei se é Amor que tens
· Não Tenhas
· Nem da Erva
· Negue-me
· Ninguém a Outro Ama
· Ninguém, na vasta selva virgem
· No Breve Número
· No Ciclo Eterno
· No Magno Dia
· No mundo, Só comigo, me deixaram
· Nos Altos Ramos
· Nunca
· Ouvi contar que outrora
· Olho
· O que Sentimos
· Os Deuses e os Messias
· O Deus Pã
· Os Deuses
· O Ritmo Antigo
· O Mar Jaz
· O Sono é Bom
· O Rastro Breve
· Para os Deuses
· Para ser grande, sê inteiro: nada
· Pesa o Decreto
· Ponho na Altiva
· Pois que nada que dure, ou que, durando
· Prazer
· Prefiro Rosas
· Quanta Tristeza
· Quando, Lídia
· Quanto faças, supremamente faze
· Quem diz ao dia, dura! e à treva, acaba!
· Quer Pouco
· Quero dos Deuses
· Quero Ignorado
· Rasteja Mole
· Sábio
· Saudoso
· Segue o teu destino
· Se Recordo
· Severo Narro
· Sereno Aguarda
· Seguro Assento
· Sim
· Só o Ter
· Só Esta Liberdade
· Sofro, Lídia
· Solene Passa
· Se a Cada Coisa
· Sob a leve tutela
· Súbdito Inútil
· Tão cedo passa tudo quanto passa!
· Tão Cedo
· Tênue
· Temo, Lídia
· Tirem-me os Deuses
· Tudo que Cessa
· Tuas, Não Minhas
· Uma Após Uma
· Uns
· Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
· Vivem em nós inúmeros
· Vive sem Horas
· Vossa Formosa

 

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