A Maçonaria diz respeito a uma sociedade iniciática de tipo secreto, uma espécie de confraria laica 1 de fraternidade universal, que concorre para fins culturais e socioeconómicos.
A sua origem perde-se na mais remota antiguidade, mas alguns historiadores acreditam que esta sociedade possa ter remontado ao Antigo Egipto, mais precisamente aos diversos cultos que eram prestados no Templo de Salomão. Outros estudiosos afirmam que a sua permanência só foi conservada graças à Ordem dos Templários. O que é geralmente aceite por todos é o facto de esta organização secreta, em termos semelhantes aos que hoje são conhecidos, provir das associações corporativas dos pedreiros da Idade Média, na Inglaterra.
Na verdade, estas associações de maçons tinham uma implantação geográfica bastante dilatada, pois tinham que manter sigilo relativamente aos processos e às técnicas de trabalho que usavam, sobretudo na construção de edifícios religiosos, como foi o caso das grandes catedrais europeias. De facto, todo este secretismo explica-se por razões de defesa socioprofissionais, na medida em que havia a necessidade de manter o emprego dos filiados. Assim, os maçons utilizavam entre si uma linguagem codificada e alguns sinais de cunho esotérico que tinham um carácter católico.
No século XVIII surgiu, em Londres, uma outra maçonaria de carácter ideológico significativamente influenciada pelas ideias protestantes. Agora, o objetivo já não consistia em construir as grandes catedrais em pedra, mas sim em edificar a grande catedral humana em honra do Supremo Arquiteto do Universo. Manteve-se, no entanto, o simbolismo da antiga profissão ao serem usadas ferramentas como os compassos ou os esquadros e certas figuras geométricas, como o círculo. Também à semelhança das antigas sociedades, esta maçonaria do século XVIII mantinha uma hierarquia rígida, da qual eram excluídas mulheres.
Ainda neste século, a ordem propagou-se por grande parte da Europa, mas também chegou às Américas. A importância crescente das atividades maçónicas fez com que muitas lojas desejassem perseguir fins políticos. A consequência, porém, traduziu-se em várias cisões no seio da instituição.
Já no século XIX, iniciou-se uma vaga de perseguições a estas sociedades por parte de muitos governos e da própria Igreja Católica, que decidiu excomungar os membros filiados. No século XX, as atividades da maçonaria foram interditas, por exemplo, na Alemanha nazi e banidas nos países socialistas.
Existem, no entanto, hoje em dia, mais de 3 milhões de membros destas sociedades.