As memórias dizem respeito a um género textual no qual o narrador, ou o memorialista, conta ou compila uma ou várias histórias, oferecendo, assim, o seu testemunho quanto ao espaço e tempo em que viveu. Estes, por sua vez, surgem articulados com o contexto histórico-cultural da altura.
As memórias literárias consistem, então, em histórias pessoais que se inscrevem na história geral de um país ou de uma cultura e, neste sentido, encerram em si um importante valor documental.
Neste género textual predominam a primeira pessoa do singular e, muitas vezes, também a primeira pessoa do plural, assim como os tempos verbais no passado.
É um género que se diferencia da biografia, na medida em que o seu objetivo não passa por narrar a vida de alguém, mas sim as lembranças, as experiências do passado que ainda vivem na memória, as quais, muitas vezes, estão sujeitas à lembrança emocional do narrador.
Também é comum que o memorialista recorra a vários documentos, ou até mesmo a testemunhos orais, com o objetivo de coadjuvar a sua memória e atestar a veracidade dos factos transcritos.