Conceito de Guias Florais
As angiospermas (plantas que produzem flores) surgiram no planeta há cerca de 20 milhões de anos e trouxeram como novidades evolutivas as flores e os frutos, o que permitiu aos animais da época novas opções de alimento. São as flores que abrigam os órgãos reprodutores das angiospermas e a reprodução dessas plantas depende da polinização, que pode ser mediada naturalmente pelo vento, água ou animais.
As flores cuja polinização é feita por animais geralmente apresentam atrativos que funcionam como uma espécie de recompensa, como grandes quantidades de néctar e pólen que podem ser usados para a alimentação do polinizador enquanto este, inconscientemente, colabora com a reprodução da planta ao passar de flor em flor. No entanto, flores de cores muito claras não são visualmente atraentes, então apresentam “dicas” de onde a recompensa possa ser encontrada. Essas “dicas” são os guias florais, marcas de cores bem contrastantes em relação às cores da flor que direcionam o polinizador até o local onde o alimento está.
Algumas flores possuem guias florais que apenas alguns insetos conseguem ver, como as abelhas que enxergam a luz ultravioleta naturalmente. Contudo, outras flores possuem marcas que podem ser avistadas a olho nu até mesmo por nós, como nas flores de camarão-vermelho (Justicia brandegeana) em que os guias florais representados por manchas vermelhas se diferenciam bastante da coloração branca das pétalas.