Conceito de Capacitação Espermática
Nos mamíferos os espermatozóides recém-ejaculados são incapazes de fertilização, necessitam de um período de cerca de 7h para tal. A capacitação espermática são então as alterações sofridas pelos espermatozóides que os permitirão fecundar os oócitos. Os espermatozóides capacitados não exibem alterações morfológicas mas sim uma atividade aumentada devido a modificações estruturais e funcionais.
Este processo ocorre no útero ou oviduto da mulher devido a substâncias aí secretadas e que irão remover uma cobertura de glicoproteínas e proteínas seminais do acrossoma espermático. São considerados espermatozóides capacitados aqueles que apresentam reação acrossómica, essencial à fecundação, é a libertação do conteúdo do acrossoma que permitirá a digestão local da zona pelúcida permitindo o contato entre oócito e espermatozóide.
Este procedimento pode ser realizado in vitro, usualmente para técnicas de reprodução assistida, como inseminação artificial, através de uma série de procedimentos que separam os espermatozóides do plasma seminal, através de lavagens e depois seleciona os espermatozóides com melhor mobilidade. Existem várias técnicas, sendo as mais usadas o swin up e a centrifugação por gradientes. A primeira assenta na capacidade dos espermatozóides com melhor mobilidade de avançarem progressivamente num meio de cultura apropriado, após lavagem e eliminação do plasma seminal, é adicionado um meio de cultura e depois de um período no incubador os melhores espermatozóides são aqueles que atingem a superfície do tubo. A centrifugação por gradientes tem como base que só os melhores espermatozóides têm a capacidade de atravessar os gradientes de densidade de diferentes concentrações e chegar ao fundo do tubo.