Orpheu

A Orpheu foi uma revista literária lançada em 1915, marcando, assim, o início do movimento modernista em Portugal.

Com influências das novas tendências de vanguarda europeias, como o cubismo, o futurismo, ou o simbolismo francês, um grupo de intelectuais, constituído por nomes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, ou Almada Negreiros, expressou alguns dos seus ideais na Orpheu, não obstante a polémica que levantara devido às novas práticas de escrita.

Foram, no entanto, apenas editados dois números da revista, tendo sido o artigo de abertura da autoria de Luís Montalvor, seguindo-se, no primeiro número, “Indícios de Oiro”, de Mário de Sá-Carneiro, “Poemas”, de Ronald de Carvalho, “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa, “Treze Sonetos”, de Alfredo Guisado, “Frizos”, de Almada Negreiros, “Poemas”, de Côrtes-Rodrigues e, por fim, o “Opiário” e a “Ode Triunfal” de Álvaro de Campos.

Relativamente ao segundo número, já com direção de Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, o escândalo foi mais significativo, na medida em que incluiu os “Poemas Inéditos” de Ângelo de Lima, que se encontrava em tratamento no hospital psiquiátrico de Rilhafoles. Este número publicou ainda a “Chuva Oblíqua”, de Fernando Pessoa, ou a “Ode Marítima”, de Álvaro de Campos.

Embora a Orpheu tenha tido uma curta existência, a revolução estético-literária pretendida pelo grupo de intelectuais que dela fizeram parte foi, na verdade, alcançada, contribuindo para uma urgente modernização do país.

461 Visualizações 1 Total
461 Visualizações

A Knoow é uma enciclopédia colaborativa e em permamente adaptação e melhoria. Se detetou alguma falha em algum dos nossos verbetes, pedimos que nos informe para o mail geral@knoow.net para que possamos verificar. Ajude-nos a melhorar.