François-René de Chateaubriand (1768-1848) foi um importante escritor e político françês.
Natural de Saint-Malo, Chateaubriand cresceu no seio de uma família aristocrática da Bretanha, passando a sua infância no castelo de Combourg.
Ingressou na Marinha, ao serviço da monarquia e, depois da morte do seu pai, foi uma temporada para Paris, onde se integrou nos meios literários vigentes.
Quando a Revolução Francesa estalou, em 1789, Chateaubriand sentiu-se bastante incomodado e desiludido com os massacres cometidos contra a nobreza. Neste sentido, decidiu rumar em direção à América do Norte, país no qual permaneceu durante um ano.
De novo em França, após a tentativa falhada da instauração da monarquia, da qual, na verdade, Chateaubriand saiu ferido, decidiu partir novamente. Desta vez, iria para Inglaterra, país no qual ficaria até 1799.
Regressou para o seu país natal um ano depois, em 1800, ingressando na carreira diplomática no tempo de Napoleão I. Por esta altura, com a morte da mãe e da irmã, também se voltou significativamente para a religião.
Em 1823 passou a exercer o cargo de ministro das Relações Exteriores e tornou-se, ainda, secretário da Embaixada em Roma e ministro no Valais. Em 1831, retirou-se de vez da vida política, dedicando-se, então, exclusivamente à literatura. Revelou ser um escritor rigoroso, apresentando um estilo que revela uma extraordinária capacidade descritiva. Neste sentido, e apesar da sua formação clássica, Chateaubriand foi considerado o primeiro dos grandes românticos franceses.
A sua obra, que é essencialmente uma apologia do Cristianismo, exalta a inesgotável fonte artística que essa religião pode oferecer ao universo da poesia, por exemplo, pela beleza enigmática dos seus dogmas, ou rituais. Destacam-se da sua obra «O Génio do Cristianismo», traduzida para português por Camilo Castelo Branco, «Os Mártires», ou as suas «Memórias de Além-Túmulo».