Xiitas, Xiismo

Quem são os Xiitas / o que é o Xiismo

Os Xiitas (do árabe: شيعة, que significa ‘partidários de Ali’) são uma das divisões dos muçulmanos, que integra diversos grupos (Zaiditas no Iémene, Ismaelitas no Irão e na Índia, Imanitas na Síria) e que reconhece Ali, primo e genro de Maomé, como cabeça de sucessão de califas, opondo-se aos Sunitas que apenas concedem esta possibilidade aos descendentes do Profeta. Atualmente representam menos de 20% do total de muçulmanos, sendo maioritários no Irão e no Iraque, existindo também em grande número no Paquistão, na Índia, no Azerbaijão, no Iémen, entre outros.

Após a morte do Profeta Maomé, ocorreu um processo de disputa para decidir quem deveria ser o seu sucessor legítimo. Neste disputa surgiram duas correntes: os Xiitas e os Sunitas. Logo após a morte do Profeta, em 632 d.C.,  os califas Abu Bakr e Omar tentaram organizar a transmissão do poder político e da autoridade religiosa; primeiro é Abu Bakr que assume o poder e depois é Omar. Contudo, quando Omar morre, em 644 d.C., e Othmã, genro de Maomé, se torna califa e assume o poder, surge forte contestação por parte de árabes islamizados, acabando este por ser assassinado em 654 d.C. Ali, primo e também genro de Maomé, terá estado ligado ao assassinato de Othmã e viria a suceder-lhe no poder. Ali, reivindicava a sucessão por ser ele casado com Fátima, a única filha viva do Profeta na época, e ter dois netos como descendentes diretos do profeta. Contudo, a maioria dos muçulmanos não concordava com essa ideia ao perceber que Ali era muito jovem e inexperiente para ocupar tamanha posição, daí ter sido preterido a favor de Abu Bakr. Apenas em 656, após a morte de Othmã, o terceiro califa, Ali teve a sua oportunidade de assumir o poder. Contudo, os muçulmanos que lhe eram contrários, nomeadamente os omíadas, decidiram então declarar-lhe guerra; um dos seus principais opositores foi Muhawya, responsável pelo poder na Síria, e que decidiu apurar a participação de Ali no assassinato de Othmã. Na sequência desta contestação, Ali acaba também por ser assassinado. Muhawya torna-se então num poderoso califa e transfere a capital do califado de Medina para Damasco.

Apesar da morte de Ali, os seus partidários (conhecidos como Shiat Ali) prosseguiram a luta e continuaram a contestar a legitimidade política dos califados que não se sujeitavam à autoridade dos descendentes diretos de Maomé. Conhecidos mais tarde por Xiitas, eles acreditam que os líderes oriundos da linhagem do Profeta são líderes aprovados por Alá e, por essa razão, teriam a capacidade de tomar as decisões políticas mais sensatas.

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