Alpiarça (Portugal)

Apresentação da vila de Alpiarça e do seu concelho: caracterização sócio-económica, histórica, heráldica, património histórico, edificado e património natural.

Alpiarça é uma Vila portuguesa e sede de concelho pertencente ao distrito de Santarém localizada na região do Alentejo e sub-região da Lezíria do Tejo. Segundo os Censos de 2011, a Vila de Alpiarça conta com 5963 pessoas e o município conta com uma área de 95,36 km² e tem uma população de 7702 habitantes na única freguesia do município. Faz fronteira com os concelhos de Chamusca, Almeirim e Santarém.

 

Vista Aérea de Alpiarça

Vista Aérea de Alpiarça

História da Vila:

A ocupação da região de Alpiarça remonta ao Paleolítico Inferior. Deste período destacam-se as estações arqueológicas do Vale do Forno, Barreiro do Tojal, Barreira da Gouxa, Vale da Caqueira, Vale dos Extremos, Vale da Stela e Quinta do Outeiro. Do Período do Bronze Final são exemplos as estações arqueológicas do Alto do Castelo, o Cabeço da Bruxinha, o Tanchoal, o Meijão e o Cabeço da Bruxa. O Alto do Castelo, sofreu também ocupação romana. Do Período Medieval, pouco se sabe em relação à povoação de Alpiarça. No entanto, existem alguns acontecimentos a apontar. A primeira referência ao nome de “Alpearça” surge em 1295, nas Inquirições de D. Dinis. De 1311, há a referencia a uma herdade além “dalperarça”. De 1338, há informações de uma carta de coutada passada pela Chancelaria de D. Afonso IV, a Pedro Eanes, em que se faz referência ao Reguengo de Alpiarça. A povoação com o nome de Alpearça surge a seguir à Reconquista. Existem também algumas referências ao rio Alpiarça ou Vala Real por este ser coutada real, desde o reinado de D. João I até ao século XVIII e, por o mesmo estar associado à grande abundância de peixe. Além do rio, também a charneca de Alpiarça foi coutada real de caça.

Durante o século XVIII, Alpiarça já era freguesia e pertencia ao termo de Santarém e, portanto tinha de cumprir os deveres e direitos que eram estabelecidos no foral de Santarém. Com o terramoto de 1755, este território não sofreu qualquer tipo de destruição. No entanto, sofreu com o decreto do Marquês de Pombal, de 1756, quando foi decretado o arranque das vinhas, substituindo assim a cultura vinícola pela dos cereais. O território de Alpiarça será alvo de inúmeras e grandes cheias durante o século XVIII e XIX, devastando as culturas dos cereais e dificultando a vida aos lavradores. Sendo por este motivo autorizada novamente pela rainha D. Maria I a plantação da vinha.  A cultura da vinha irá crescer e pôr fim a anos de prejuízos. Em 1836, Alpiarça deixa de pertencer ao município de Santarém e passa a pertencer ao concelho de Almeirim. Durante as invasões francesas, o alferes Bernardo Sá da Bandeira, futuro marquês Sá da Bandeira, esteve em Alpiarça. Também D. Miguel passou por Alpiarça, ficando instalado na Quinta da Goucharia, propriedade dos marqueses da Fronteira. Este período é marcado pelas corridas de touros, algumas dirigidas pelo Dr. Francisco Raymundo da Silveira. Alpiarça foi uma das primeiras povoações a participar na Revolta da Maria da Fonte, em 1846. Foi desde cedo uma freguesia marcada por ideias republicanas e onde se realizaram grandes comícios de propaganda republicana. Em 1906, passa a categoria de vila.

Em 1907, dá-se em Alpiarça uma das maiores recepções aos republicanos. E deste comício é evidente a adesão a 100% à causa republicana vista como a solução para a resolução dos problemas da vila. Em 1908, o povo de Alpiarça recebe a visita de João Chagas, acompanhado por José Relvas e Luíz Morotte, na Quinta dos Patudos, exigindo um comício e, perante do discurso efectuado, o povo aplaude. João Chagas voltaria a Alpiarça a 5 de Outubro de 1910, para participar, juntamente com José Relvas e Ricardo Durão, numa conferência. Alpiarça é elevada a concelho em 1914.

CasaDosPatudosMuseuDeAlpiarçaFoto

Casa dos Patudos

Património Natural e Edificado:

No que toca ao património edificado do município de Alpiarça, há a destacar a Casa dos Patudos, também conhecida como Casa José Relvas, o Tanchoal dos Patudos e a Estação Arqueológica do Cabeço da Bruxa. Relativo ao património Natural do concelho de Alpiarça, é importante relevar a Albufeira dos Patudos, a Praia Fluvial do Patacão, a Reserva natural do Cavalo Sorraia e a Vala Real de Alpiarça

brasão alpiarçaBrasão da Vila:

O Brasão da Vila de Alpiarça tem um Escudo de prata, com dois ramos de oliveira de verde frutados de negro, cruzados em ponta e atados de vermelho, acompanhados por dois pinheiros de verde frutados de ouro, troncados e arrancados de negro. Em chefe, um cacho de uvas de púrpura, folhado e sustido de verde. em contra-chefe, uma faixa ondada de azul, carregada de três peixes de prata realçados de negro. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco com a legenda de negro : ” VILA DE ALPIARÇA “.

 

Acordos de Geminação e Cooperação:

A Vila de Alpiarça conta com 2 acordos de cooperação e geminação, a saber:

  • Champigny-sur-Marne é uma comuna francesa dos arredores de Paris com cerca de 6.625 habitantes (desde 8 de Setembro de 2006)
  • Wysokie Mazowieckie é uma cidade do nordeste da Polónia com perto de 10.000 habitantes (desde 29 de Maio de 2001)
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